terça-feira, 29 de março de 2011

Se você quer ser melhor...



Se você quer ser uma pessoa melhor comece pelas pequenas coisas do quotidiano. São Francisco de Sales por diversas vezes em seus escritos nos ensina isso. Você pode dizer que nunca poderá ser uma pessoa perfeita, eu concordo. Mas é possível ser uma pessoa melhor. É possível chegar perto da perfeição. Um exercício salesiano para isso é o de todos os dias fazer exame de consciência e, “pegando-se nas mãos”, perceber comportamentos e palavras que não foram legais durante o dia. A espiritualidade salesiana sugere dois momentos para o exame de consciência: ao meio dia e à noite, antes de dormir. Fazendo isso sempre e com o compromisso de não repetir mais os comportamentos e palavras que causaram mal estar pessoal ou a terceiros, aos poucos poderá perceber em você o quanto tem progredido no seu interior e quantos frutos aparecerão em seu exterior: nas relações interpessoais. Vale repetir que se comece pelas pequenas coisas. Vou dar um exemplo de um episódio da vida de São Francisco de Sales que pode ajudar: Certa vez este santo estava num quartel e certo soldado soube da presença dele lá. Como tinha ouvido falar da fama de santidade de Francisco de Sales, foi até ele. Assim que entrou no lugar onde estava Francisco, o soldado fechou a porta batendo forte a mesma. Ele indagou Francisco: “Como faço para ser uma pessoa melhor?” Francisco de Sales respondeu: “Comece por não bater mais a porta”. Ou seja, em nossa maneira de ser e agir nos detalhes, usando de delicadeza nas coisas simples da vida, podemos alcançar um grau maior de perfeição. Muitas vezes ocorre de pensarmos que seremos pessoas melhores começando nas grandes coisas. Ledo engano: devemos começar pelas pequenas coisas da vida. O contrário de virtude é o vício. Procure cultivar virtudes. Elas vão deixar você uma pessoa melhor, mais querida com as demais. Por exemplo, as virtudes da paciência, do bom senso, da alegria, da simpatia, da bondade, da mansidão, do bom atendimento e assim por diante.
Para encerrar nosso assunto, gostaria de salientar que a dimensão da humildade é extremamente importante nesse processo. O orgulho, e a arrogância, poder ser grandes barreiras que nos impedem de sermos pessoas melhores e, assim, mais felizes e com uma maior qualidade de vida. Comece hoje e recomece quantas vezes forem necessárias! Você pode. Você merece!
*Convite: Você tem interesse em conhecer melhor a espiritualidade salesiana? Nos envie um e-mail para: espiritualidadesalesiana@hotmail.com Assim que tivermos um certo número de pessoas interessadas, podemos marcar um encontro e formarmos um grupo para nos encontrarmos uma vez por mês para juntos crescermos no amor a Deus, às pessoas e à natureza. Envie agora seu e-mail. A espiritualidade salesiana é uma espiritualidade do quotidiano.
** Meu Abraço salesiano vai para: As coordenadoras de catequese das comunidades da área de Cachoeirinha, onde assessorei um curso dia 26 de março. E também para o povo da Comunidade Santa Rosa de Lima no Jari, aqui de Viamão, onde exerço parte de minha missão de consagrado.
Deus seja bendito!
Até a próxima edição!

(Publiquei aqui de modo antecipado este meu texto que sairá na edição 16 do Jornal de Viamão. Para ler a coluna da edição 15, eis o site: http://www.jornaldeviamao.com.br/edicaoimpressa/ -Ler na página 10).

segunda-feira, 28 de março de 2011

Falece José Comblin

* Reproduzo aqui nota publicada no site da ESTEF (http://www.estef.edu.br/site/noticias/ver/falece-jose-comblin)



José Comblin morreu nesta madrugada, em Salvador, na Bahia, aos 88 anos.
Ele nasceu no dia 22 de março de 1923, na Bélgica. Desde 1958 trabalhava no Brasil, especialmente em Pernambuco, na Paraíba e na Bahia.Padre Comblin estava em tratamento médico na capital baiana. Foi encontrado morto, sentado, em seu quarto, quando era esperado para a oração da manhã e não apareceu na capela. Ele tinha problemas cardíacos e usava marcapasso. Apesar da doença, parecia bem disposto e estava trabalhando.Ele veio para o Brasil em 1958, atendendo a apelo do papa Pio XII, que no documento Fidei donum (O Dom da Fé) pedia missionários voluntários para regiões com falta de sacerdotes.Depois de trabalhar em Campinas e, em seguida, passar uma temporada no Chile, foi para Pernambuco, em 1964, quando d. Helder Câmara foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife. Perseguido pelo regime militar, foi detido e deportado, em 1972, ao desembarcar no aeroporto de volta de uma viagem à Europa.
José Comblin participou do primeiro grupo da Teologia da Libertação. Esteve na raiz das equipes de formação de seminaristas no campo em Pernambuco e na Paraíba (1969), do seminário rural de Talca, no Chile (1978) e, depois, na Paraíba, em Serra Redonda (1981). Estas iniciativas deram origem à chamada Teologia da enxada.Além disso, esteve na origem da criação dos Missionários do Campo (1981), das Missionárias do Meio Popular (1986), dos Missionários formados em Juazeiro da Bahia (1989), na Paraíba (1994) e em Tocantins (1997).
É autor de inúmeros livros, dentre eles A ideologia da segurança nacional: o poder militar na América Latina (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978).

domingo, 27 de março de 2011

Encontro de formação em Cachoeirinha

No sábado dia 26 de março de 2011 estive assessorando um encontro de formação para as/os coordenadores de grupos de catequese da área de Cachoerinha RS. O encontro ocorreu na Igreja São Vicente de Paulo. Foi um momento muito legal. Gostei muito do grupo. Num tempo chuvoso, propício para ficar em casa, essas pessoas generosas e apaixonadas pelo Reino consagraram a tarde para se qualificarem um pouquinho mais para servir melhor o Reino no ministério da coordenação da Catequese em suas comunidades.

O tema foi: "A missão da coordenação da Catequese". Conversamos um pouco sobre isso focando Jesus como modelo de líder e apoiado nos documentos da CNBB que tratam sobre a temática. Ajudado também por textos entregues e por mensagens em power point e um vídeo motivacional, creio que o objetivo do encontro foi atingido.

Uma dimensão bastante salientada foi a do cultivo de uma vida íntima com Deus através da oração e da leitura da Bíblia. "Ningém pode falar de Deus, sem antes falar COM Deus". A virtude da humildade, dos serviço e do perdão, também foram pontos fortes do encontro.

Deixo aqui esse registro como forma de homenagem e gratidão as estas pessoas maravilhosas e solidárias para com as necessidades de nosso povo.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sugestão de blog

Navegando pelo mundo dos blogs, encontrei este muito bom a qual indico à vocês: http://dnonato.blogspot.com
Abraços!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Algumas palavras de São Francisco de Sales sobre a quaresma





"A quaresma é o outono da vida espiritual, durante o qual colhemos os frutos para todo o ano. Enriqueçam-se com esses tesouros preciosos que ninguém lhes pode roubar nem fazer com que estraguem. Estou acostumado a dizer que não aproveitamos bem a quaresma se não nos empenharmos ao máximo. Passemos esta, pois, como se fosse a última, e tiraremos um bom proveito. Assistam aos sermões. Palavras santas, pois, são pérolas que a misericórdia divina nos proporciona." (S. Francisco de Sales - Cartas 329; O.C. XIII, p. 144)

terça-feira, 22 de março de 2011

Talento do vicariato de Gravataí (PJ): Paula Neves

Pessoal, ao longo da minha caminhada de religioso consagrado minhas áreas de trabalho foram diversas. Não me envolvi com a PJ. Mas admiro e sempre vou apoiar. Olha, navegando pelos sites relacionados encontrei um talento que não conhecia e não conheço pessoalmente, mas vi pelos vídeos e agora apresento aos meu leitores e leitoras. Postem seus cometários. Talento é para ser mostrado.
Parabéns Paula. Está colocando à serviço os dons recebidos!

Poema do amigo aprendiz

Relembro o belo poema de Pe. Zezinho, SCJ sobre amizade... Abraços!



Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...

sábado, 19 de março de 2011

Quaresma e Campanha da Fraternidade 2011 (II)



Quaresma é o tempo litúrgico que precede a Páscoa do Senhor. Sim, este tempo bonito da liturgia nos leva, sobretudo, a fixar o olhar na Páscoa do Senhor. Páscoa é tempo de vida, de alegria, de ressurreição.

Durante a quaresma a Igreja nos exorta a vivermos mais intensamente a vida cristã. Para isso, nos é proposto alguns exercícios quaresmais tal como a oração, o jejum, a penitência, mas, sobretudo a virtude da caridade fraterna. E a cada ano a Igreja pensa num tema bem específico para vivenciarmos. Tema sempre relacionado à nossa vida. É o tema da CF. Neste ano o tema é: Fraternidade e a vida no Planeta. E o lema: “A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22).

Desde a criação do mundo a natureza vem sendo ferida pela ação humana. Quando Deus criou o universo, ele o criou com muito amor pensando em nós. São tantos detalhes importantes presentes neste imenso universo que nós nem nos apercebemos. Mas tudo foi criado harmonicamente. E nós fomos por Deus colocado neste jardim esplêndido que é o planeta terra para que aí, num relacionamento harmônico com tudo e com todos os que nos circundam, pudéssemos viver bem felizes. E na medida em que vivemos em harmonia com Deus, com o próximo, conosco mesmos e com a natureza à nossa volta, estamos em condições de experimentarmos profundamente a felicidade de Deus. Em todas as páginas da Bíblia encontramos algum vestígio deste princípio. A Bíblia toda fala deste gigante universo e de tudo o que há nele: o céu, a terra, o sol, a chuva, o frio, o calor, a geada, a neve, o relâmpago, os trovões, as florestas, os animais, as aves, as águas, os peixes, o dia e a noite, as montanhas e as planícies, o mar, as pedras e os rios. O próprio Jesus ao falar sobre as realidades transcendentes fala da oliveira, da videira, da figueira, do trigo, das pérolas, da mostarda, dos pássaros e das flores. Enfim, usa da paisagem natural à sua volta para dizer sobre as coisas do céu. Então, só podemos ser perfeitamente felizes se tivermos um afável relacionamento com a vida no planeta.

A CF deste ano vem nos chamar gravemente a atenção para este ponto nevrálgico: o aquecimento global e as mudanças climáticas. Estes são, na verdade, sinais de alerta a nos dizer que não estamos cuidando bem deste jardim de Deus, onde tudo, funcionado perfeitamente, colabora para a nossa qualidade de vida, para a nossa felicidade.

Juntamente com os exercícios quaresmais, queremos que o tema da CF nos ajude a atingir o objetivo geral desta Campanha: “contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas, e motivá-las a participar dos debates e ações que visam a enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta”.

Sim, queridos irmãos e irmãs, o tema que vamos rezar nesta quaresma é um assunto vital. Tornemo-nos missionários deste anúncio. Com nosso testemunho e palavras ajudemos na divulgação desta verdade: “A temperatura futura do planeta terra, se quisermos que seja favorável ao desenvolvimento normal da vida humana, vai depender de nosso modo de produzir e consumir, enfim, do modo de nos relacionar com a terra”. “se nos tornamos inimigos da cama não podemos dormir; se nos tornamos inimigos da terra não podemos viver” (Dom Celso).

Que Maria, a Mãe de Jesus, que transformava em vida toda Palavra de Deus que meditava e guardava em seu coração, nos acompanhe neste caminho quaresmal para que nós também, acolhendo a Palavra de Deus em nossas celebrações e o Tema: “Fraternidade e a vida no Planeta”, nos empenhemos em busca da vida e de sua justa manutenção e não nos cansemos de cultivar e de cuidar deste nosso planeta, o jardim que Deus, Pai amoroso, nos deu para nele vivermos em paz e que hoje requer o socorro dos autênticos filhos de Deus.

quarta-feira, 16 de março de 2011

O Ministério Público Federal apoia CNBB





O Ministério Público Federal apoiou a nota divulgada na última quinta-feira (17) pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em que a entidade condenava o "baixo nível moral" dos reality shows.



O subprocurador-geral da República, Aurélio Rios, que está respondendo interinamente pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), informou a Terra Magazines que "há várias iniciativas de procuradores da República em todos os Estados" em relação ao Big Brother Brasil, um dos principais alvos das críticas.
- Achamos que (a atração) é um grande desserviço e serve muito à deseducação. Não estimula a criação, o princípio de solidariedade, os valores éticos da pessoa e da família - afirma o procurador, que acha inapropriada a classificação indicativa do reality show.
- Na minha opinião, apenas a minha opinião, não deveria ser para 14, mas para 18 anos.


Na nota, a CNBB exortou "a todos no sentido de se buscar um esforço comum pela superação desse mal na sociedade, sempre no respeito à legítima liberdade de expressão, que não assegura a ninguém o direito de agressão impune aos valores morais que sustentam a Sociedade". A entidade fez ainda um apelo ao Ministério Público, pedindo "uma atenção mais acurada no acompanhamento e adequadas providências em relação à programação televisiva".


Em dezembro de 2010, a PDFC encaminhou à diretoria da Rede Globo de Televisão recomendação para que fossem respeitados, na 11ª edição Big Brother Brasil, os direitos constitucionais.
O documento, uma espécie de alerta, foi motivado por reclamações direcionadas a outras edições do reality show. Para se ter uma ideia, só BBB10 foi alvo de 400 denúncias, como homofobia, incitação à violência, apelo sexual, inadequação no horário de exibição e violação da dignidade da pessoa humana.
Na recomendação, a PFDC pedia que a TV Globo adotasse "medidas preventivas necessárias para evitar a veiculação de práticas de violações de direitos humanos, tais como tratamento desumano ou degradante, preconceito, racismo e homofobia".
De acordo com Rios, a emissora, que tinha prazo de 30 dias para responder à solicitação, ainda não se manifestou.
-Vamos pedir justificativa sobre porque não foi respondido e sobre porque não foi tomada nenhuma providência.
Confira a entrevista.


Terra Magazine - A CNBB fez um apelo ao Ministério Público, pedindo "uma atenção mais acurada no acompanhamento e adequadas providências em relação à programação televisiva". A entidade vai responder ao pedido da CNBB?


Aurélio Rios - Primeiro, concordamos inteiramente com a CNBB no sentido de que ao Ministério Público cabe o acompanhamento destes conteúdos programáticos, especialmente, dentro da ideia de que isso fere direitos humanos, sobretudo, das crianças e dos adolescentes. A PFDC está de acordo com o conteúdo da nota. Nós temos, sim, este papel de fiscalizar, como estamos fazendo. Mandamos uma recomendação específica para a Rede Globo.
Esta recomendação foi aquela encaminhada em dezembro passado, na qual a procuradoria pedia para que fossem respeitados na 11ª edição Big Brother Brasil os direitos constitucionais.

A emissora tinha prazo de 30 dias para resonder.
A recomendação foi respondida?

A emissora não respondeu e estamos reiterando o ofício, pedindo, inclusive, providências a respeito disso. O primeiro deles é que fosse observada a autorregulamentação dirigida às próprias emissoras, especialmente, em relação a esse reality show chamado Big Brother Brasil. Achamos que é um grande desserviço e serve muito à deseducação. Não estimula a criação, o princípio de solidariedade, os valores éticos da pessoa e da família.

Na edição anterior do Big Brother, foram mais de 400 denúncias contra a atração. O Ministério Público pretende tomar alguma providência em relação à edição atual?

Na verdade, já estamos tomando várias providências. Há várias iniciativas de procuradores da República em todos os Estados. O que nós, na PFDC, estamos fazendo é centralizando as informações, de modo que possamos ter uma atuação mais integrada. Obviamente, não só em relação à emissora TV Globo, como em relação a todas as outras, porque os reality shows, infelizmente, se disseminaram nas emissoras de canal aberto. Isso tem sido uma preocupação de todos os procuradores da República que atuam na defesa dos direitos humanos, especialmente, na defesa da criança e do adolescente.

Como o Ministério Público interpretou o fato de a TV Globo não ter respondido à recomendação?

Na nossa opinião, o prazo já foi vencido. Vamos pedir justificativa sobre porque não foi respondido e sobre porque não foi tomada nenhuma providência. No caso de uma recomendação, não há uma penalidade, mas eu entrei com um mandado de segurança para que as crianças e adolescentes do Acre, de Rondônia, do Amapá, do Amazonas pudessem também ter respeitada sua faixa etária. Especialmente no horário de verão, programas que são próprios para a transmissão às 22h estavam passando às 19h nesses Estados. Um horário em que, muitas vezes, os pais não estão em casa e não têm como desligar a televisão.

Este mandado de segurança foi deferido por unanimidade pelos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Então, já há uma ordem em relação ao Ministério da Justiça para que seja obedecida a classificação indicativa, independentemente do fuso horário, porque programas como esse Big Brother não são indicados para menores de 14 anos.

O MPF tem fiscalizado a atual edição do BBB? Observaram se há ou não a ocorrência dos mesmo problemas verificados nas edições anteriores?

Qualitativamente, não mudou nada. Estamos confirmando uma dificuldade de entendimento em relação às emissoras, especialmente, as de canal aberto. Isso terá alguma consequência. Temos um grupo específico que tem trabalhado com a questão da classificação indicativa.

Há também uma preocupação com os conteúdos programáticos, o que não significa censura prévia, qualquer intervenção dentro do meio, mas apenas uma forma de ressalvar os direitos das crianças e dos adolescentes e das famílias, dos pais que estão realmente atormentados com sua falta de defesa com relação a esse baixíssimo nível no conteúdo apresentado.

Ministério Público Federal apoia nota da CNBB em relação a reality shows.

Tanto não estamos com nenhum viés de censura prévia que achamos que esses programas deveriam passar, mas depois da meia-noite, e não na hora que passam e sem respeitar o fuso horário. Obviamente, o melhor dos mundos seria as próprias emissoras fizessem as correções de conteúdo.São realmente programas de baixíssimo nível e sem nenhum conteúdo pedagógico.
Compreendo que, dentro da liberdade de expressão, não é tudo que achamos necessário, moralmente aceitável que deva ser divulgado pela televisão. Compreendo que até coisas que nos pareçam asquerosas ou inaceitáveis possam passar, mas isso em horários bastante restritos. Acho que o grau de apelação é incompatível com a classificação indicativa. Achamos que, inclusive, essa classificação deveria aumentar de escala.

Qual deveria, na opinião do senhor, ser a classificação indicativa do BBB?

Na minha opinião, apenas a minha opinião, não deveria ser para 14 anos, mas para 18 anos. Vamos lutar para que haja, por parte das emissoras, mudança de conteúdo. Se não houver mudança, vamos lutar para que a classificação indicativa seja realmente destinada apenas a maiores de 18 anos e, em qualquer situação, que seja respeitado o fuso horário quando houver uma classificação indicativa.

http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/21546-...o-a-reality-shows

terça-feira, 15 de março de 2011

Segredos da Solidão Habitada

Nova poesia de Ir. Cristina, fma




Enquanto se cala o beijo amargo do silêncio
E o turbilhão do sentimento adormece
A mesa farta se esvazia por completo
E sobra apenas um resto de verdade

É no cálido momento do sem instante preciso
Que a boca cala e os olhos quase cerram-se
Que o resto que sobrou da verdade
Escapa como filetes de água entre os dedos
E mesmo a consciência mais pura é capaz de acusar-se

Aqui, no raro instante da consciência indivisa
Não há nem anjos e nem demônios
Só a limpidez dos olhos marejados pela ferida aberta
E um resto de compaixão

Ainda que a alma mais pura
pudesse rasgar o véu e abrir o livro lacrado
Ainda que o fogo adormecesse e só sobrassem cinzas
Ainda que como água ela escorresse dos meus dedos
Ainda sim eu procuraria minha própria verdade.

Uma remota vez, quase perdida no inconsciente
Ouvi um sábio falar
Que deveria sentir o mundo não apenas com o coração
Mas com todas as vísceras
E é assim que eu sinto....e isso talvez me defina

Contorço-me entre passagens de larvas em brasa
E gélidos caminhos de vento e frio
Na corda bamba das vicissitudes
Eu, equilibrista de mim mesma,
Levanto as pálpebras por vezes cansadas
E contemplo a profundidade do silêncio

Na tranquila calmaria
De quem enfim pode ter-se nas mãos
E então olhar-se fundo nos olhos
Capaz agora sou de definir-me:
Dinamismo, fogo, amor e paixão por viver!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Preconceito Linguístico


Essencial para quem trabalha com língua portuguesa. Obra de militância e combate, Preconceito lingüístico chega agora numa versão inteiramente revista e ampliada. Incorporando as discussões e propostas mais recentes das ciências da linguagem e da educação, Marcos Bagno reitera seu discurso em favor de uma educação lingüística voltada para a inclusão social e pelo reconhecimento e valorização da diversidade cultural...

domingo, 13 de março de 2011

ORAÇÃO DO SACERDOTE NUMA TARDE DE DOMINGO


(Texto de Michel Quoist)

Esta tarde, Senhor, estou sozinho.
Na Igreja, pouco a pouco, os ruídos se calaram, Foi-se embora toda a gente,
E eu voltei para casa,
Passo a passo,
Sozinho.
Cruzei com gente que voltava de um passeio.
Passei pelo cinema: vomitava uma pequena multidão.
Vaguei ao longo dos terraços de cafés onde, cansados, os passeadores, tudo faziam
para esticar um pouco mais a alegria de viver de um Domingo de festa.
Esbarrei nos guris que jogavam bola na calçada, Os garotos, Senhor,
Os filhos dos outros, que nunca serão os meus. E aqui estou, Senhor,
Sozinho.
O silêncio me dói
O silêncio me oprime.
Tenho 35 anos, Senhor,
Um corpo feito como os outros corpos, Braços moços para o trabalho,
Um coração reservado para o amor, Mas tudo isto Te dei.
É verdade que de tudo precisavas, Tudo te dei, mas é duro, Senhor.
É duro dar o próprio corpo: ele queria dar-se a outros. É duro amar toda a gente e não possuir ninguém.
É duro apertar uma mão sem poder retê-Ia.
É duro fazer que brote uma afeição, para dá-Ia a Ti.
É duro nada ser para si mesmo, afim de ser tudo para eles. É duro ser com os outros, entre os outros e ser um outro. É duro dar sem cessar, sem procurar receber.
É duro ir ao encontro dos outr0s, sem que jamais alguém venha ao nosso encontro. É duro sofrer os pecados dos outros, sem poder recusar acolhê-Ios e carregá-Ios.
É duro receber os segredos, sem poder compartilha-Ios.
É duro arrastar os outros sem cessar e nunca poder, um instante sequer, deixar-se
arrastar pelos outros.
É duro sustentar os fracos sem poder apoiar-se sobre um forte. É duro estar sozinho.
Sozinho diante de todos ..
Sozinho diante do mundo
Sozinho diante do sofrimento,
Do pecado,
Da morte
Não estás só, meu filho, Estou contigo,
Eu sou tu,
Eu precisava, na verdade, de uma humanidade a mais para eontinuar Minha
Encarnação e Minha Redenção.
Desde toda a eternidade,
Eu te escolhi.
Eu preciso de ti.
Preciso de tuas mãos para continuar a abençoar.
Preciso de teus lábios para continuar a falar.
Preciso de teu corpo para continuar a sofrer.
Preciso de teu coração para continuar a amar.
Preciso de ti para continuar a salvar.
Fica comigo, meu filho.
Senhor, eis me aqui:
Eis meu corpo, Eis meu coração, Eis minha alma.
Faz-me bastante,grande para atingir o mundo. Bastante forte para carregá-lo ..
Faz que eu seja um ponto de encontro, sim, mas ponto de passagem.
Caminho que não prende para si próprio, porque nele não há 'nada de humano a encontrar, nada que não conduza a Ti.
Esta tarde, Senhor, enquanto tudo em volta silencia, dentro do meu coração sinto morder duramente a solidão.
Enquanto meu coração vive longamente sua formas de prazer,
Enquanto os homens devoram a minha alma e eu me sinto impotente para saciá-I os, Enquanto sobre meus ombros pesa o mundo inteiro, com todo o seu peso de miséria e de pecado,
Eu te repito o meu FIAT (SIM).
Não às gargalhadas, mas lentamente, lucidamente, humildemente, Sozinho, Senhor, sob Teu olhar,
Na paz da tarde.

O amor da sua vida




Você deu flores que ela deixou a seco.
Você levou para conhecer a sua mãe e ela foi de blusa transparente.
Você gosta de rock e ela de chorinho.
Você gosta de praia e ela tem alergia a sol.
Você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo. Nem no ódio vocês combinam.
Então? Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado, e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca sua nuca, você derrete feito manteiga.
Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas.
Por que você ama este cara? Não pergunte pra mim.
Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes de Woody Allen, dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco.
Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettuccine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo.
Com um currículo desses, criatura, por que diabo está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa.
Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = 2 apaixonados.
Não funciona assim. Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem.
Caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão.
O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Costuma ser despertado mais pelas flechas do cupido do que por uma ficha limpa.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano (o amor é lindo…). Isso são só referências.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC.
Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família tá assim ó.
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é.
(Cirilo Veloso - colega poeta)

sábado, 12 de março de 2011

Campanha da Fraternidade 2011




Tema: Fraternidade e a Vida no Planeta
Lema: "A criação geme em dores de parto" (Rm 8, 22)

OBJETIVO GERAL

Contribuir para o aprofundamento do debate e busca de caminhos de superação dos problemas ambientais provocados pelo aquecimento global e seus impactos sobre as condições da vida no planeta.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Viabilizar meios para a formação da consciência ambiental em relação ao problema do aquecimento global e identificar responsabilidades e implicações éticas.

2. Promover a discussão sobre os problemas ambientais com foco no aquecimento global.

3. Mostrar a gravidade e a urgência dos problemas ambientais provocados pelo aquecimento global e articular a realidade local e regional com o contexto nacional e planetário.

4. Trocar experiências e propor caminhos para a superação dos problemas ambientais relacionados ao aquecimento global.

ESTRATÉGIAS

1. Denunciar situações e apontar responsabilidades no que diz respeito aos problemas ambientais decorrentes do aquecimento global.

2. Propor atitudes, comportamentos e práticas fundamentados em valores que tenham a vida como referência no relacionamento com o meio ambiente.

3. Mobilizar pessoas, comunidades, Igrejas, religiões e sociedade para assumirem o protagonismo na construção de alternativas para a superação dos problemas socioambientais decorrentes do aquecimento global.
Fonte: CNBB

Carta do Cacique Seatlle ao Presidente dos Estados Unidos




Cacique Seattle:

“O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. Como se pode comprar ou vender o céu ou o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode, então, comprá-los de nós? Toda essa terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e nas crenças do meu povo.
Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Porque ele é
um estranho que vem de noite e rouba a terra e tudo quanto necessita. A terra não é sua
irmã, nem sua amiga e, depois de exauri-la, vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu
pai, sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados
e o direito dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos.
Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim
por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende...
Nós não podemos encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem o lugar onde se
possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos.
Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem
sob o peso da vergonha. E, depois da derrota, passam o tempo em ócio e envenenam o
seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes... O homem branco talvez
venha um dia a descobrir que o nosso Deus é o mesmo Deus. Ele quer bem da mesma
maneira ao homem branco como ao vermelho. A terra é amada por Ele. Causar dano à
terra é demonstrar desprezo pelo seu Criador. O homem branco também vai
desaparecer, talvez mais depressa que as outras raças. Continua sugando a sua própria
cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios desejos”.
(Alguns trechos de uma carta, bem maior, escrita em 1855).

O programa de vida de consagração dos/das religiosos/as à luz da bíblia



O significado bíblico do verbo hebraico “qâdash” e do verbo grego “haghiázô” é passado para o português principalmente através dos verbos latinos “sanctificare” e “consecrare”. O termo “santo e consagrado”, derivado do latim, tem um sentido que corresponde ao hebraico “qâdoch” e ao grego “hághios”.
A primeira vista poderia parecer abusiva à atribuição das formas: consagrado ou vida consagrada a um determinado grupo de fieis, dado que, segundo a Bíblia, todos na Igreja têm o direito-dever de viver como santos ou consagrados, conduzindo uma vida santa ou uma vida consagrada. Todavia, examinando com a devida atenção a questão da linguagem e dos conceitos bíblicos, se podem constatar as improcedências de tal raciocínio.
Na Bíblia, a santidade ou a consagração tem uma grande variedade de expressões e de aspectos. Este não é um conceito monolítico ou monocromático, para atribuir ou para negar, as coisas ou as pessoas, mas sempre em modo unívoco.
No sentido mais original e radical, ou seja, em sentido absoluto, o termo “santo” deve ser aplicado unicamente a Deus, que já no Antigo Testamento Ele se revela como o “Santo, Santo, Santo” (Is 6,3). Deus é santo por si mesmo e é também o princípio de toda santidade e de toda consagração. As pessoas humanas e as criaturas são santas ou consagradas pela ação santificadora de Deus, ou seja, pela irradiação da Sua santidade.
Na revelação do Novo Testamento, o hino “Santo, Santo, Santo” com o qual os serafins louvam a Deus, adquire um sentido trinitário e torna-se “Padre Santo, Cristo Santo e Espírito Santo”. O triságio se faz trinitário e cristológico. Deus Pai, por meio de Cristo e no Espírito Santo é a causa e a fonte de toda santidade e de toda consagração.
A santidade das criaturas é sempre derivada. Esta é o efeito da irradiação do Deus Santo (cf. Ex 3,5). A irradiação da santidade de Deus sobre as pessoas humanas e sobre as coisas é variada e multíplice. Esta depende, em última instância, da autônoma vontade de cada um.
Segundo a Bíblia, é legitimo falar de terra santa, de cidade santa, de templo ou lugar santo e de santo dos santos (Ex 26,34). Cada uma destas realidades pode ser chamada “santa”, mas ao seu modo, com as suas características e com seus limites. O uso e o escopo de tal apelativo devem ser valorizados à luz do contexto. O uso genérico e comum do termo, aplicável a todas as partes (pontos, cidades e lugares) do território da Palestina e Israel, não tira a legitimidade de um uso especifico da palavra (cidade santa ou lugar santo).
Também quando é aplicado às pessoas, o conceito oferece a variedade e a gradualidade da analogia. Na revelação do Antigo Testamento, todo o povo de Deus era “santo” e todos os israelitas tinham o direito-dever de ser santos (cf. Lv 20,26), mas não todos deviam ser “santos” ou “consagrados” no sentido, por exemplo, dos nazireus (cf. Nm 6), de Jeremias (Jr 1,5), ou de Isaias (Is 61,1). Quando Moisés foi injustamente criticado em nome de um senso monolítico da santidade (Nm 16,3: “Basta… Toda a comunidade, todos são santos”), o Senhor tomou a sua defesa, fazendo saber que Moisés, por especial vocação, era “santo” ou “escolhido” em modo particular (cf. Nm 16,5. 28; Ecle 45, 4).
Mesmo em nome da revelação do Novo Testamento se pode impor um uso monolítico do termo. Para Paulo, por exemplo, cada mulher cristã tem o direito-dever de ser “santa”, mas não no sentido especial de “santa no corpo e no espírito” (1Cor 7,34), próprio daqueles que, em uma vida de castidade consagrada, se empenham de ter como único esposo Cristo Senhor.
Para mostrar o elemento divino e o elemento humano da consagração dos seres humanos, se usa uma dupla formula teológica: “consagração passiva” e “consagração ativa”. A consagração passiva é aquela na qual a pessoa humana é sujeito passivo, enquanto Deus é o sujeito agente: a pessoa humana é consagrada a Deus, ou seja, Deus consagra a pessoa humana. A consagração ativa é aquela na qual o sujeito agente é a pessoa humana, que se consagra a Deus. A consagração é um mistério: é o resultado da iniciativa divina e da colaboração humana. A prioridade, do ponto de vista bíblico e teológico, corresponde sempre a Deus.
A consagração passiva tem sempre um caráter prioritário de Deus. Pode ser expressa com outras formas significativas: a pessoa humana é escolhida, eleita, separada, ungida, compreendida por Deus. Mais freqüente é o uso de outras formas similares para a consagração ativa: a pessoa humana se empenha totalmente, se esvazia, se doa, se entrega, se oferece, faz oblação de si mesma a Deus.
Cristo, o Verbo de Deus Encarnado, o homem perfeito, além do Filho do Pai, é o consagrado por excelência, tanto no sentido passivo, como no sentido ativo da expressão. Cristo foi consagrado no supremo dos modos por Deus Pai (cf. Jo 10,36; At 10,38), e Ele, acolhendo tal consagração, se consagrou no supremo dos modos ao mesmo Deus Pai (cf. Jo 17,19). Escolhendo, na docilidade ao Pai, a forma de vida consagrada, revelou os valores mais genuínos da consagração religiosa total.
Por iniciativa do Pai, Cristo, consagrou os apóstolos, escolhendo-os para uma forma de vida especial (Jo 15,16). Acolhendo a consagração de Cristo, estes se consagraram a Ele, deixando tudo para viver com Ele, como Ele e para Ele.
Desta prospectiva bíblica se pode ter uma visão harmônica da identidade e da missão da consagração religiosa total na Igreja. É principalmente sobre a base da existência e das características da figura bíblica de Jesus de Nazaré e da figura bíblica dos apóstolos que se apóia a doutrina dos orientamentos da Tradição, do Concilio e do Magistério pós-conciliar sobre a consagração religiosa total, e em particular, sobre a dimensão cristológica. A figura de Jesus, supremo consagrado, e a figura dos apóstolos, chamados com especial vocação e consagrados com peculiar titulo, é um ponto de referência indispensável para poder determinar o lugar da consagração religiosa total na Igreja e no mundo. Os consagrados religiosos professam uma forma de vida que manifesta uma particular semelhança, e exprime uma especial participação à forma de vida consagrada de Jesus e dos apóstolos, que, deixando tudo, o seguiram.
Os consagrados religiosos não são toda a Igreja e nem mesmo constituem uma Igreja a parte: é uma parte especial da Igreja, são os fieis que, no interno da comunhão da Igreja santa ou da Igreja dos consagrados, vivem em família o dom e o compromisso de uma peculiar consagração, que possui um caráter eminentemente cristológico. Os consagrados religiosos têm uma identidade própria na Igreja-Sacramento: são a epifania do Cristo Consagrado, enquanto, segundo cada carisma, eles mostram ao mundo o rosto de Cristo obediente, casto, pobre e totalmente dedicado ao Pai e às coisas do Pai.

oi

Boa noite!

Saudação especial!

Minha saudação aos poetas e poetisas que me informam estar acompanhado meu blog e trabalho!

Muito grato!

sexta-feira, 11 de março de 2011

A pior casa

Para refletir...

Há muitos anos um mestre de obras trabalhava para uma firma de construções. Estava perto de se aposentar. Um dia recebeu ordem para construir uma casa bonita, seguindo o projeto que achasse melhor, no lugar que também mais lhe agradasse e sem limites com os gastos. Logo deu início aos trabalhos. Pensou que podia aproveitar da grande confiança nele depositada. Por isso, decidiu usar materiais de péssima qualidade e trabalhadores incompetentes com salários mais baixos para conter os gastos. Ele ficaria com o dinheiro poupado na obra. Quando a casa ficou pronta, houve uma pequena festa, e o mestre de obras entregou ao presidente da firma a chave da porta principal. O presidente, sorrindo, devolveu-lhe a chave e disse, apertando-lhe a mão: - Querido amigo, esta casa é o nosso presente como sinal de gratidão e estima pelos anos que trabalhou conosco. Assim o mestre ficou com a pior casa que havia construído em toda a sua vida.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Ética e Imprensa e a Ética da Imprensa


Ao contrário do que se imagina, o debate em torno do tema ética jornalística é intenso tanto na Europa como nas Américas. E verdade que com o avanço da democracia no Brasil, multiplicam-se as visões sobre conceitos pouco palpáveis como liberdade de imprensa, imparcialidade e informações fidedignas.

Acertadamente exige-se responsabilidade do jornalista, porém deve-se lutar por uma atuação mais presente da sociedade. Em 1956, o pensador Theodore Peterson resumiu em 7 (sete) pontos as suas críticas ao que chamou de "deficiências mais evidentes da imprensa":

1. tem concentrado um enorme poder para os seus próprios fins. Seus donos têm divulgado apenas suas opiniões, especialmente em assuntos econômicos e políticos, em detrimento de opiniões contrárias;

2. tem sido subserviente às grandes empresas e, às vezes, tem permitido que os anunciantes controlem a linha editorial;

3. tem sido resistente à mudança social;

4. tem dado mais atenção ao superficial e ao sensacionalista do que ao realmente significativo na sua cobertura dos acontecimentos;

5. tem colocado em perigo a moral pública;

6. tem invadido a privacidade das pessoas;

7. está controlada por uma classe sócio-econômica vagamente definida como "classe empresarial", que dificulta o ingresso de novas pessoas no negócio, colocando assim em perigo o livre e aberto mercado das idéias (1).

Para coibir estas imperfeições, os meios de comunicação têm apelado para normas de redação, códigos de ética, constituição de críticos internos (onde cintilam figuras como os ombudsmen), e a criação de conselhos de imprensa.

Aos ouvintes, telespectadores e leitores tem-se destinado a seção de cartas e departamentos de atendimento aos consumidores. É pouco. Até mesmo os conselhos de imprensa estão deficientes e também não funcionaram onde nasceram: nos Estados Unidos. Em 73, foi criado lá o Conselho Nacional de Imprensa e, em 22 de março de 84, os seus membros decidiram fechar as portas. Razões específicas e internas.

A iniciativa poderia servir como estímulo ao diálogo entre os próprios jornalistas e um canal a ser usado com a sociedade. A rigor os jornalistas pregam o direito a crítica no quintal dos outros. Quando se trata de dissecar as suas próprias feridas, brota o sentido de corpo e urge a raiz autoritária, tão entranhada em nossa gente. Soma-se a isso o medo da própria sociedade em questionar a média. Os norte-americanos nos impuseram a imagem "inquestionável" do 4° poder. Bobagem!

Diariamente a imprensa e a média eletrônica erram. Esta verdade é indiscutível. O que está em foco hoje, no entanto, são agressões a conceitos éticos nem sempre definidos, mas captados. A ética pode morrer na filosofia, provavelmente não na matemática. Ética, em jornalismo, é moral. Moral na sociedade e mutável. Certa vez, um velho homem da imprensa já cansado de tanto blá-blá-blá sobre esse assunto provocou a platéia: "É preciso haver alguém em uma organização para dizer aos outros como fazer um trabalho honesto e responsável?"

Posturas e Condutas

O jornalismo precisa fugir da falsa noção de notícia transmitida ao público. Hodding Carter (2) resumiu o caráter essencial da profissão como uma busca constante de notícias, mas com responsabilidade, independência, verdade, exatidão, imparcialidade e honestidade.

Poderíamos acrescentar mais um elemento, o direito à resposta. O lamento daqueles que se sentem vítimas da imprensa é não obter o mesmo espaço concedido a acusação. Freqüentemente, eles têm razão. Compete aos jornalistas manterem a eqüidistância. Conciliar a necessidade de noticiar com a verdade dos fatos. Parece cada vez mais absurdo transmitir uma notícia sem se ouvir os vários agentes envolvidos. A história dos dois lados é outra balela. Sempre existem muitos lados. Notícia não interessa a um único setor. Notícia é movimento, incomoda e molesta. Neste caso, não vale a máxima irrespondível: o que é verdade? E, sim, quantas verdades estão envolvidas nisso? Você despreza a ver são do fato?

Os aliados venceram a Segunda Guerra e lançaram sobre os erros fados a sua verdade. Hoje, os japoneses ameaçam se insubordinar através de outro campo de luta. Diz o parlamentar Shintaro Ishihara (3): "O chip de um megabyte usado nos bancos de memória de um computador tem um milhão de circuitos em uma base de sílica, que tem um terço do tamanho da unha do meu dedo mindinho. Esse componente vital só é fabricado no Japão. A indústria japonesa controla o mercado de maneira quase total. Os Estados Unidos têm know-how, mas faltam-lhe os engenheiros e os técnicos para produzir os chips. Sem um sistema integrado de criação e manufatura, o conhecimento, por preciso que seja, de nada serve". Nada como um dia depois do outro.

Voltemos para a discussão que envolve o indivíduo. Todos nós já ouvimos falar de difamação, calúnia e injúria. Difamação (revelar as falhas verdadeiras do próximo sem provas suficientes) e calúnia ou injúria (forjar uma falsa acusação contra o próximo, de modo a prejudicar sua reputação) (4). Na discussão política, estes limites são embaralhados pelos próprios envolvidos, e a imprensa é mais vítima do que promotora da discórdia. Esta constatação não pode impedir a análise crítica do papel do jornalista.

A imagem primitiva do "consiga a reportagem e publique-a" está sendo substituída por "muito bem, apure melhor, cheque todos os dados e publique-a". Ou seja, apesar da arrogância injustificada dos profissionais da informação, cresce a necessidade de parâmetros. Há um preconceito já sedimentado contra o sensacionalismo e a ação de sensacionalistas. O número de aulas sobre ética tem aumentado no pais. As universidades criaram cadeiras voltadas para o debate do cotidiano jornalístico. A discussão surge à margem de sindicatos e da própria Associação Brasileira de Imprensa. As entidades de classe são dirigidas por abnegados, ainda incapazes de mobilizar a categoria. É incrível a falta de prestígio destas representações quando o assunto é política salarial.

Já se disse que o jornalista é o especialista em generalidades. Hoje, o profissional está se aperfeiçoando. Em breve, em mais quantidade, teremos talentos conhecedores dos meandros da medicina como se médicos fossem. Esta segmentação não impedirá polêmicas como a capa da Revista Veja, que trouxe, em close, o rosto do cantor Cazuza, portador do vírus da AIDS, nos seus últimos dias. No futuro, como no presente, vozes ressentidas se voltarão contra a média agressora. Nesta hora se reacenderão opiniões sobre a ética jornalística.

Os repórteres devem saber combinar a denúncia com o dever de informar corretamente. Pode-se revelar uma notícia sem o ranço da denúncia barata. O charme do jornalismo investigativo é apurar, apurar e apurar. Neste caso, o público tem o direito de saber o que e público. "Interesse do governante não é sinônimo do governo. E interesse do governo não é sinônimo de interesse público. Não raramente, são antônimos". Outra preocupação ética: "O fato de que uma mentira está em boca alheia não elimina a responsabilidade de quem a veicula. Assim, o jornal pode considerar legítimo publicar a declaração que supõe mentirosa, mas tem o dever de informar ao leitor sobre razões de reserva ou descrença em face da afirmação".(5)

Medicina e Mídia-Conclusões

Além do exposto, vale a regra de que o exercício da ética jornalística dependerá da consciência de quem transmite as notícias ao público. O controle desta relação deve ser exercido por regras definidas e pela sociedade civil. Levando-se em conta que uma transmissão ao vivo é um bom momento para se testar a liberdade de imprensa de um veículo.

Daqui para adiante, a tecnologia se desenvolverá como uma força auxiliar do talento do jornalista. A informática já está nas redações. Parece absurdo ainda se utilizar a máquina de escrever manual. É impossível que a diferença entre ricos e pobres diminua com o entrelaçamento dos sistemas de redes eletrônicas. As informações secretas serão cada vez mais democratizadas. Os limites entre o público e o privado serão encurtados. A remuneração da mão-de-obra já é uma discussão ética. Como apostar no desenvolvimento com a perpetuação da miséria? E o mercado universal? Os jovens profissionais já disputam vagas sabendo que hoje deve-se dominar pelo menos dois idiomas. A rede de televisão norte-americana (CNN) é a primeira a comprovar a tese de que o jornalismo já é global, via satélite e com equipamentos portáteis de eficiente uso. Notícia é um negócio, notícia é um negócio valioso.

Diante deste quadro, a medicina está intimada a mergulhar na tecnologia como ponto de partida na cura de doenças. A diferença é que a sociedade precisa saber rápido destes avanços. As campanhas de vacinação, de controle de acidentes de trânsito, de orientação de cura de epidemias são alguns exemplos da importância da aproximação com os meios de comunicação. Os profissionais da área de saúde não podem se escusar de disputar cada segundo que a mídia oferecer. As grandes indústrias farmacêuticas já descobriram como combinar campanhas publicitárias com a fabricação de medicamentos em escala (e).

A propaganda de cigarros, por exemplo, é um bom elemento de discussão. Ela costuma ser ética? É pouco provável que ela venha a ser banida dos meios de comunicação, mas já esta sendo controlada. O melhor combate é a ocupação do espaço da informação. A imprensa conscientiza, a publicidade tenta convencer. Os médicos podem ser os poderosos instrumentos desta contra-informação. Os programas de rádio e TV e as reportagens publicadas em revistas e jornais devem ser cada vez mais fiéis à verdade científica. A saúde da população poderá melhorar, se as comunidades souberem como evitar o mal. A credibilidade do médico não é mais medida pela quantidade de tempo em que fica confinado no consultório. A história obriga-o a ir para os refletores e expor as suas idéias. Nesta hora, ele saberá, a exemplo dos jornalistas, porque o debate em torno da ética é intenso na Europa e nas América.

Bibliografia

1. Theodoro Peterson, Wilbur Schramm e Fred S. Siebert, Four Theories of the Press, (Ed. da Universidade de lilinois, 1936).

2. Hodding Carter Foreword, in Clifford G. Christians, Kim B. Rotzoll e Mark Fackler, "Media Etmics: Cases and Moral Reasoning" (Nova Iorque: Longmam, Inc, 1983).

3. Shintaro Ishihara, The Japan that can say no, Ed. Simon & Schuster, Nova Iorque, 1989.

4. Conceitos do Rev. Edward A. Malloy, C.S.C. in As Responsabilidades do Jornalismo, organização de Robert Schmuhl, Ed. Nórdica, 1984.

5. 0 Globo - Manual de Redação e Estilo, organizado e editado por Luiz Garcia, São Paulo, Ed. Globo, 1992.

6. A Propaganda de Medicamentos e o Mito da Saúde, José Gomes Temporão. RJ Edições Graal, 1986.

7. Manual de Radiojornalismo Jovem Pan, de Maria Elisa Porchat, Ed. Ática, 1989.

O Verdadeiro Jejum

Com a palavra: Trecho do livro de Isaías: Isaías 58, 5-11


Será esse o jejum que escolhi, que apenas um dia o homem se humilhe, incline a cabeça como o junco e se deite sobre pano de saco e cinzas? É isso que vocês chamam jejum, um dia aceitável ao Senhor?
“O jejum que desejo não é este: soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e romper todo jugo? Não é partilhar sua comida com o faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda ao próximo? Aí sim, a sua luz irromperá como a alvorada, e prontamente surgirá a sua cura; a sua retidão irá adiante de você, e a glória do Senhor estará na sua retaguarda. Aí sim, você clamará ao Senhor, e ele responderá; você gritará por socorro, e ele dirá: Aqui estou. “Se você eliminar do seu meio o jugo opressor, o dedo acusador e a falsidade do falar; se com renúncia própria você beneficiar os famintos e satisfizer o anseio dos aflitos, então a sua luz despontará nas trevas, e a sua noite será como o meio-dia. O Senhor o guiará constantemente; satisfará os seus desejos numa terra ressequida pelo sol e fortalecerá os seus ossos. Você será como um jardim bem regado, como uma fonte cujas águas nunca faltam.

Cuidado: o céu pode ser o inferno!

Não faz muito, um amigo me enviou um bonito conto de Paulo Coelho. Transcrevo-o – comentando-o e adaptando-o – para os leitores que não o conhecem.

Um homem caminhava tranquilamente, acompanhado de seu cavalo e de seu cão. Ao passarem perto de uma árvore, aconteceu o pior: caiu um raio e os três morreram na hora.

O pobre homem, porém, não se deu conta de que já tinha deixado este mundo, e prosseguiu o seu caminho com os dois animais. (Às vezes, os mortos demoram certo tempo antes de tomarem consciência da sua nova condição…rsrsrrs).

O sol brilhava intensamente e, colina acima, o caminho se tornava muito longo; os viajantes estavam suados e sedentos. Numa curva do caminho, viram um magnífico pórtico de mármore, que conduzia a uma praça pavimentada, com portais de ouro. O caminhante dirigiu-se ao homem que guardava a entrada e o saudou: «Bom dia! Como se chama este lugar tão bonito?»

«Aqui é o Céu!»

«Que bom termos chegado ao Céu, pois estamos cansados e sedentos!»

«Você pode entrar e beber quanta água queira». E o guardião apontou a fonte.

«Mas o meu cavalo e o meu cão também têm sede...».

«Sinto muito» – respondeu o guarda –, «mas aqui não é permitida a entrada de animais».

Sem nada retrucar, o homem levantou-se com grande desgosto, visto que tinha muita sede, mas não queria beber sozinho. Agradeceu ao guardião e seguiu adiante.

Depois de caminhar um bom pedaço de tempo encosta acima, já exaustos, os três chegaram a outro sítio, cuja entrada era assinalada por uma porta velha, que dava para um caminho de terra ladeado por árvores. À sombra de uma das árvores estava deitado um homem, com a cabeça tapada por um chapéu. Provavelmente dormia.

«Bom dia!», disse o caminhante.

O homem respondeu com um aceno.

«Temos muita sede, o meu cavalo, o meu cão e eu».

«Há uma fonte no meio daquelas rochas», disse o homem apontando o lugar. «Podem beber toda a água que quiserem».


O homem, o cavalo e o cão foram até à fonte e mataram a sua sede. O viandante voltou atrás para agradecer ao homem.
«Podem voltar sempre que quiserem», respondeu este.

«A propósito, como se chama este lugar?», perguntou o caminhante.

«Céu».

«Céu? Mas o guarda do portão de mármore disse que o Céu era lá atrás!».

«Lá não é o Céu, é o Inferno», explicou a sentinela.

O caminhante ficou perplexo e preocupado: «Deveriam proibir-lhes de utilizar esse nome! É uma informação falsa, que deve provocar muitas confusões!». «De modo nenhum», respondeu o vigia. «Na realidade, eles nos fazem um grande favor, porque ficam ali todos os que abandonam os seus amigos».

Com essa conclusão, Paulo Coelho sintoniza com uma recomendação dada pela Bíblia: «Nunca abandones teus amigos!» (Pr 27,10). Com efeito, para ela, «o amigo fiel é refúgio seguro; quem o encontra, encontra um tesouro. O amigo fiel não tem preço: seu valor é incalculável. O amigo fiel é bálsamo que cura. Quem teme ao Senhor terá amigos verdadeiros, pois tal e qual ele é, assim será o seu amigo» (Eclo 6, 14-17).

Muito acertadas e felizes as palavras do autor sagrado: «Tal e qual ele é, assim será o seu amigo». Seus amigos são o espelho do que você é, pensa e vive! Não era isso que afirmavam os antigos ao advertirem: «Dize-me com quem andas e eu te direi quem és?». Os amigos que escolhemos revelam as opções de vida que fazemos...

Há pessoas que vivem se queixando porque ninguém gosta delas, sem amigos que as compreendam e apoiem. Contudo, o que deveriam é se perguntarem: o que faço eu para ser um amigo de verdade?

Mas, o que significa ser amigo de verdade? Ninguém melhor do que Jesus revelou a resposta certa: «Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos se fizerdes o que estou pedindo. Já não vos chamo de servos, pois o servo não sabe o que o seu patrão faz. Eu vos chamo de amigos porque vos comuniquei tudo o que recebi de meu Pai» (Jo 15,13-15).

quarta-feira, 9 de março de 2011

Pregação de Frei Raniero Cantalamessa à Bento XVI




O pregador da Casa Pontifícia, frei Raniero Cantalamessa, conduziu a primeira pregação da tradicional série quaresmal, na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano. Participaram deste momento o Santo Padre e alguns colaboradores da Cúria Romana.

Para esta primeira pregação de uma série de três, o sacerdote capuchinho preparou uma meditação sobre a distinção entre “lei” e “espírito” e acerca do papel do sacerdote como dispensador dos mistérios de Deus.

Frei Cantalamessa ressaltou que a “vida nova” proposta pelo Cristianismo é graça que vem de Cristo.

“Toda religião humana ou filosofia religiosa começa dizendo ao homem o que ele deve fazer para se salvar... Mas o Cristianismo não começa por dizer ao homem o que ele deve fazer, mas aquilo que Deus fez por ele. Jesus não começou a pregar dizendo: ‘Convertei-vos e crede no Evangelho para que o Reino de Deus venha até vós’; mas começou dizendo: ‘O Reino de Deus está no meio de vós’ – sem que vós o tenhais merecido, gratuitamente! – ‘convertei-vos e crede no Evangelho’. Não antes a conversão e depois a salvação, mas primeiro a salvação, o dom e depois a conversão, o dever”, afirmou Frei Cantalamessa.

“É do dom que brota a salvação e não o contrário”, reforçou ainda o pregador da Casa Pontifícia. “A lei do Espírito não é em sentido estrito aquela promulgada por Jesus no Sermão da Montanha, mas aquela que Ele gravou em nossos corações em Pentecostes”, acrescentou.

“O amor é uma lei, ‘a lei do Espírito’, no sentido que cria no cristão um dinamismo que o impulsiona a fazer tudo aquilo que Deus quer, espontaneamente, porque fez própria a vontade de Deus e ama tudo aquilo que Deus ama. Impulsiona a fazer coisas por atração e não por obrigação: e esta é a grande conquista que o povo cristão deve fazer. O cristianismo é feito para ser vivido por atração, por paixão, não por constrição”, esclareceu.

Nesse âmbito, Frei Cantalamessa prosseguiu seu discurso indicando que o sacerdote tem a tarefa de “ajudar os irmãos a viver a novidade da graça”, a perceber que o cristianismo não é uma doutrina, mas uma Pessoa, descobrindo a beleza infinita de Cristo, as maravilhas do Espírito. Mas uma das dificuldades é que o homem de hoje crê que sua salvação dependa exclusivamente de si:

“Salvar-se ‘por graça’ significa reconhecer a dependência de alguém e isto parece ser a coisa mais difícil. É a explicação que São Bernardo dá sobre o pecado de Satanás: ele preferiu ser a mais infeliz das criaturas por mérito próprio, ao invés de ser a mais feliz por graça de outro; preferiu ser ‘infeliz, mas soberano, ao invés de ser feliz, mas dependente’... A rejeição ao Cristianismo, praticada em alguns níveis de nossa cultura ocidental, quando não é rejeição à Igreja e ao cristãos, é rejeição da graça”, concluiu.

Quaresma e Campanha da Fraternidade 2011



Tema: Fraternidade e a Vida no Planeta.
Lema "A Criação Geme em Dores de parto" (Rm 8,22).

APRESENTAÇÃO

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe a cada ano, através da Campanha da Fraternidade (CF), um itinerário evangelizador fortemente voltado para a conversão pessoal e comunitária, em preparação à Páscoa. Em 2011, a CF atinge um marco importante pela 47ª vez!

Os objetivos gerais da CF são sempre os mesmos e decorrem da missão evangelizadora que a Igreja recebeu de Jesus Cristo: em vista do mandamento do amor fraterno, despertar e nutrir o espírito comunitário no meio do povo e a verdadeira solidariedade na busca do bem comum; educar para a vida fraterna, a partir da justiça e do amor, que são exigências centrais do Evangelho; renovar a consciência sobre a responsabilidade de todos na ação evangelizadora da Igreja, na promoção humana e na edificação de uma sociedade justa e solidária.

Durante esses quarenta e sete anos, a CF passou por três fases distintas: no início, os temas eram mais relacionados com a renovação da Igreja (1964 e 1965) e a renovação pessoal do cristão (1966 a 1972). Na segunda fase (1973 a 1984), a preocupação era mais voltada para a realidade social mediante a denúncia do pecado social e a promoção da justiça (Gaudium ET Spes, Medellín e Puebla). Na terceira fase (de 1985 até o presente), a Igreja no Brasil propõe temas de reflexão e conversão relativos às várias situações sociais e existenciais do povo brasileiro, que requerem maior fraternidade.

Em 2011 estaremos falando sobre meio ambiente, a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas – causas e conseqüências. Tema: Fraternidade e a Vida no Planeta; Lema "A Criação Geme em Dores de parto", (Rm 8,22). Não há como não se dar conta que esta campanha esta ligada a Campanha de 2010, ora o fator econômico não esta relacionado à situação de nosso planeta hoje? Somos todos moradores de uma mesma casa, gostando disso ou não estamos interligados. Não há como simplesmente virar as costas e não se importar, afinal se ocorresse uma catástrofe a nível global para onde iríamos? Aquecimento global, mudanças geológicas nada mais é do que reações as nossas ações. A Campanha da Fraternidade de 2011, de maneira primorosa como sempre, vem justamente nos alertar desta verdade tudo o que fazemos pode prejudicar ou ajudar a salvar nosso planeta nos dá a oportunidade de como uma família sentarmos juntos e elaborarmos ações para salvar a nossa casa.

Em cada catástrofe seja ela terremotos, inundações, podemos sentir o planeta gemer, e a humanidade fazendo o mesmo, este gemido tem uma conotação de tristeza imensa. Ainda estamos em tempo hábil para reverter esta situação podemos transformar estes gemidos de dor em gemidos de amor e de esperança, sim podemos iniciar um período de gestação e após este período em que nos organizaremos com ações que ajudem a preservar o meio ambiente, receberemos de volta um planeta saudável, resgataremos o planeta que nos foi dado por Deus.

Esta campanha não é uma utopia e sim um alerta de que atitudes devem ser tomadas, não por uma minoria, mas por um todo, este planeta é nossa casa, precisamos ser fraternos, gerar ações que nos levem ao bem comum.

E para reforçar nossas expectativas aos Gestos Concretos que com certeza surgirão em nossas Paróquias, Sociedade através da conversão individual e coletiva nesta quaresma, sugerimos para nos estimular ao amor fraterno entre irmãos e irmãs comprometidos com o Meio Ambiente, louvarmos ao Senhor como São Francisco de Assis o fez por todas as criaturas que fazem parte da vida planetária.
Que a oração em que São Francisco louva a Deus pelas criaturas, nos inspire novas atitudes e nos ajude a ser transformados pelo Espírito de Deus de modo a resgatarmos atitudes de quem cultiva e cuida do seu jardim, esta obra maravilhosa, que hoje requer socorro dos autênticos filhos de Deus, e de todos aqueles que empreendem ações sinceras e despojadas em favor do planeta.

CÂNTICO DAS CRIATURAS SÃO FRANCISCO DE ASSIS!

Altíssimo, onipotente e bom Deus, teus são o louvor,
a glória, a honra e toda benção.

Só a Ti, Altíssimo, são devidos, e homem algum
é digno de Te mencionar.

Louvado sejas, meu Senhor, com todas as Tuas criaturas.

Especialmente o irmão Sol, que clareia o dia
e com sua luz nos ilumina.

Ele é belo e radiante, com grande esplendor de Ti,
Altíssimo é a imagem.

Louvado sejas meu Senhor, pela irmã Lua e as Estrelas,
que no céu formastes claras, preciosas e belas.

Louvado sejas meu Senhor, pelo irmão Vento,
pelo ar ou neblina, ou sereno e de todo tempo,
pelo qual às Tuas criaturas dais sustento.

Louvado sejas meu Senhor, pela irmã Água,
que é muito útil, humilde, preciosa e casta.

Louvado sejas meu Senhor, pelo irmão Fogo,
pelo qual iluminas a noite, e ele é belo e alegre, vigoroso e forte.

Louvado sejas meu Senhor, pela nossa irmã a mãe Terra,
que nos sustenta e nos governa, e produz frutos diversos,
e coloridas flores e ervas.

Louvado sejas meu Senhor, pelos que perdoam
por Teu amor e suportam enfermidades e tribulações.

Bem-aventurados os que sustentam a paz, que por Ti,
Altíssimo serão coroados.

Louvado sejas meu Senhor, pela nossa irmã a morte corporal,
da qual homem algum pode escapar.

Ai dos que morrem em pecado mortal!

Felizes os que ela achar conforme a Tua Santíssima vontade,
porque a segunda morte não lhes fará mal.

Louvai e bendizei ao meu Senhor, e daí-lhes graças
e servi-O com grande humildade.

Amém

Tempo de Penitência e conversão

Comentando:

Quaresma, tempo “forte” de oração, jejum e atenção aos necessitados, oferece a todo cristão a possibilidade de se preparar para a Páscoa fazendo um sério discernimento da própria vida, confrontando-se de maneira especial com a Palavra de Deus, que ilumina o itinerário cotidiano dos fiéis. Lembro que no ano de 2010, tive a oportunidade de viver a melhor Quaresma de minha vida, pois estava na Terceira Semana dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio, acompanhado pelo sacerdote jesuíta Paulo Pedreira. Creio que agora tudo é lucro.

A Campanha da Fraternidade de 2011, aborda o tema do aquecimento global e das mudanças climáticas. A considerar as intempéries climáticas que estão sistematicamente assolando as populações, de forma cada vez mais intensa e em quantidade sempre crescente, a temática é plenamente justificável.

Neste clima de Quaresma e Campanha da Fraternidade, mergulhamos no Evangelho de Mateus e atentos aos ensinamentos de Jesus, aprendemos Dele a humildade de como devemos praticar nossos atos de piedade pessoal: A esmola, o jejum e a oração. Atos estes que já eram praticados, conforme relatos do Antigo Testamento, pelo Povo escolhido. Para a prática destes “atos de Piedade”, devemos ter: reta intenção, intimidade com Deus e fuga da ostentação.

A oração pública em que participam todos os fiéis é santa e necessária; mas jamais poderá substituir esta orientação de Jesus; tu, no teu aposento, fechada a porta, ora a teu Pai.

O Concílio Vaticano II, diz que a Liturgia é “a meta para a qual se encaminha a acão da Igreja e a fonte donde promana toda sua força” (Sacrosanctum Concilium, 10.12). Mas, a participação na Sagrada Liturgia não esgota a vida espiritual. Somos chamados a rezar em comum, mas também devemos entrar no nosso quarto para rezar a sós ao Pai. Até São Paulo, diz que devemos orar sem cessar (1Tes 5,17). Jesus, também se retirava para orar, às vezes passava a noite inteira em colóquio com o Pai. Da mesma forma fizeram os seus primeiros discípulos. Até a música profana, nos dá esta orientação, conforme trecho da Canção “Se eu quiser falar com Deus”, de Gilberto Gil.

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz…

“O mundo só admira o sacrifício como espetáculo, porque ignora o valor do sacrifício escondido e silencioso”. (Josemaria Escrivá).

Façamos nesta Quaresma, um aprendizado sobre nossos atos e atitudes: Há reta intenção? Há intimidade com Deus? Há fuga da ostentação?

O Verdadeiro Jejum [Isaías 58, 5-11]


Será esse o jejum que escolhi, que apenas um dia o homem se humilhe, incline a cabeça como o junco e se deite sobre pano de saco e cinzas? É isso que vocês chamam jejum, um dia aceitável ao Senhor?
“O jejum que desejo não é este: soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e romper todo jugo? Não é partilhar sua comida com o faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda ao próximo? Aí sim, a sua luz irromperá como a alvorada, e prontamente surgirá a sua cura; a sua retidão irá adiante de você, e a glória do Senhor estará na sua retaguarda. Aí sim, você clamará ao Senhor, e ele responderá; você gritará por socorro, e ele dirá: Aqui estou. “Se você eliminar do seu meio o jugo opressor, o dedo acusador e a falsidade do falar; se com renúncia própria você beneficiar os famintos e satisfizer o anseio dos aflitos, então a sua luz despontará nas trevas, e a sua noite será como o meio-dia. O Senhor o guiará constantemente; satisfará os seus desejos numa terra ressequida pelo sol e fortalecerá os seus ossos. Você será como um jardim bem regado, como uma fonte cujas águas nunca faltam.
(Isaías 58:5-11)

Boa Quaresma!!!


QUARTA FEIRA DE CINZAS - 09/03/2011
Distribuição das cinzas: Converter ao Evangelho (CD "CF 2011" - faixa: 2)
Abertura: Fala assim meu coração (CD "CF 2011" - faixa: 3)
Aclamação: Glória e louvor (CD "CF 2011" - faixa: 7)
Oferendas: Volta o teu olhar, Senhor (CD "CF 2011" - faixa: 8)
Comunhão: Reconciliai‐vos com Deus (CD "CF 2011" - faixa: 11)

PRIMEIRO DOMINGO - 13/03/2011
Abertura: Fala assim meu coração (CD "CF 2011" - faixa: 3)
Aclamação: Glória e louvor (CD "CF 2011" - faixa: 7)
Oferendas: Volta o teu olhar, Senhor (CD "CF 2011" - faixa: 8)
Comunhão: Nós vivemos de toda a palavra (CD "CF 2011" - faixa: 9)

SEGUNDO DOMINGO - 20/03/2011
Abertura: Fala assim meu coração (CD "CF 2011" - faixa: 3)
Aclamação: Glória e louvor (CD "CF 2011" - faixa: 7)
Oferendas: Volta o teu olhar, Senhor (CD "CF 2011" - faixa: 8)
Comunhão: Este é meu filho muito amado (CD "CF 2011" - faixa: 9)

TERCEIRO DOMINGO - 27/03/2011
Abertura: Lembra, Senhor o teu amor (CD "CF 2011" - faixa: 4)
Aclamação: Glória e louvor (CD "CF 2011" - faixa: 7)
Oferendas: Volta o teu olhar, Senhor (CD "CF 2011" - faixa: 8)
Comunhão: Se conhecesses o dom de Deus (CD "CF 2011" - faixa: 12)

QUARTO DOMINGO - 03/04/2011
Abertura: Lembra, Senhor o teu amor (CD "CF 2011" - faixa: 4)
Aclamação: Glória e louvor (CD "CF 2011" - faixa: 7)
Oferendas: Volta o teu olhar, Senhor (CD "CF 2011" - faixa: 8)
Comunhão: Dizei aos cativos: saí! (CD "CF 2011" - faixa: 13)

QUINTO DOMINGO - 10/04/2011
Abertura: Lembra, Senhor o teu amor (CD "CF 2011" - faixa: 4)
Aclamação: Glória e louvor (CD "CF 2011" - faixa: 7)
Oferendas: Volta o teu olhar, Senhor (CD "CF 2011" - faixa: 8)
Comunhão: Eu vim para que todos tenham vida (CD "CF 2011" - faixa: 14)

DOMINGO DE RAMOS - 17/04/2011
Abertura: Hosana ao Filho de Davi (CD "CF 2011" - faixa: 15)
Procissão: Os filhos dos hebreus (CD "Liturgia XIII"- faixa: 16)
Aclamação: Salve, ó Cristo obediente (CD "Liturgia XIII"- faixa: 17)
Oferendas: Volta o teu olhar, Senhor (CD "CF 2011" - faixa: 8)
Comunhão: Eu vim para que todos tenham vida (CD "CF 2011" - faixa: 14.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Poesia "Cristais", de Ir. Cristina, fma

Prestigiem a nova poesia de Ir. Cristina intitulada "Cristais" em seu espaço nesse blog, que você visualiza à direita.