sábado, 12 de março de 2011

Carta do Cacique Seatlle ao Presidente dos Estados Unidos




Cacique Seattle:

“O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. Como se pode comprar ou vender o céu ou o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode, então, comprá-los de nós? Toda essa terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e nas crenças do meu povo.
Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Porque ele é
um estranho que vem de noite e rouba a terra e tudo quanto necessita. A terra não é sua
irmã, nem sua amiga e, depois de exauri-la, vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu
pai, sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados
e o direito dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos.
Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim
por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende...
Nós não podemos encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem o lugar onde se
possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos.
Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem
sob o peso da vergonha. E, depois da derrota, passam o tempo em ócio e envenenam o
seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes... O homem branco talvez
venha um dia a descobrir que o nosso Deus é o mesmo Deus. Ele quer bem da mesma
maneira ao homem branco como ao vermelho. A terra é amada por Ele. Causar dano à
terra é demonstrar desprezo pelo seu Criador. O homem branco também vai
desaparecer, talvez mais depressa que as outras raças. Continua sugando a sua própria
cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios desejos”.
(Alguns trechos de uma carta, bem maior, escrita em 1855).

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