sábado, 28 de maio de 2011

VIBRAÇÃO DA COR

Poesia de Ir. Cristina, FMA


Em tons de rosa nasce a manhã
Eu procuro o meu canto recolhido no coração
E aprecio a cor que minha alma exala
É cedo, e eu sinto vibrar a cor da alma

Deixo molhar o rosto nas gotas de luz
E percebo o que respinga a profundidade
Deixa respingar, encharcar em cor
Deixa vibrar a cor da alma

Ilumina de sentido
Cor que vibra na alma
Tão clara, tão rosa, rosada
Cor que define a essência
Que rasga o véu da prepotência
E costura corações em solidão

Presenteou-me a Eterna Ternura
 Beleza indiscutível  que cala artista e ofusca o olhar
De cor em vibração e luz
Deixo vibrar a cor da alma em luz
E trago à luz a cor da essência.

Talento não se explica, se admira e se contempla

Algumas amigas e amigos mais próximos têm sabido da minha euforia e até de certo modo de meu delírio de emoção diante de um talento que vem cantando e encantando o Brasil e também meu coração. Interrompi a arrumação de meu quarto bagunçado neste sábado para escrever para as fiéis leitoras e fiéis leitores do meu blog a respeito de meu sentimento. Há pouco que a conheci. Não acreditei no que vi e ouvi. E pensei: Isso não existe, não pode ser verdade! Na quarta-feira passada ganhei então, de minha amigona Cíntia, um DVD desse carisma musical personificado. Acontece que Cíntia e eu no dia anterior (na terça) conversávamos via msn e ela me perguntou a quem eu me referia com a frase exclamativa (admiração) registrada em meu msn. Partilhei  então com Cíntia os links do Youtube onde a referida exclamada e aclamada nos deliciava com seu charme, simpatia, simplicidade, encanto e voz aveludada. Já na primeira música Cíntia ficou pasma, tanto quanto eu, diante do que também via e ouvia e na quarta não se conteve e foi comprar um CD para escutar no carro e um DVD a qual me presenteou carinhosamente, o que me deu vontade de pular de alegria!... Amei!!!  E agora cá estava eu arrumando minhas bagunças externas e também internas (sim, porque enquanto organizamos o externo vamos refletindo, pensando, reorganizando o interno também... sabe como é, né?!) e ouvindo o DVD e a emoção me tomou conta... Se você está querendo saber se as lágrimas cairam, pode ter certeza que a resposta é afirmativa. Sim, eu sou chorão. Não me contenho de emoção diante da beleza da arte e do canto, da simplicidade e do encanto que Deus amoroso, bondoso ao extremo,  nos presenteia através de muitas situações e pessoas. Sendo assim, Paula Fernandes, com sua graça e voz  me fez elevar o coração a Deus numa prece de louvor por Sua Graça que não passa, jamais. Cada vez que escuto e vejo Paula Fernandes cantando, tocando e encantando eu  reconheço de novo: Não pode não existir Deus! É muito talento e beleza e simplicidade, e todas as outras virtudes que já citei acima, numa pessoa só!  Talvez você ainda não a tenha escutado e visto, corra para o  Youtube e prepare o coração para fortes emoções!  Quem já a conhece entende melhor o que estou dizendo.

Estou ainda pasmo e não consigo sair desse estado. Tamanho talento não tem explicação e chego a óbvia conclusão: talento não se explica, se admira e se contempla!
Vou voltar a arrumar meu quarto, a vida não para. Mas  ao som e imagem de Paula Fernandes fica menos sofrida e mais bela!
Abraços e bom final de semana!

* Abaixo uma outra emoção que tive: Ela e Eduardo Costa: Gritos de amor. Que amor ela cantando em inglês!


Meu Grito de Amor (part. Eduardo Costa)

Paula Fernandes

Me dei demais, não fui capaz
De tomar conta de mim
E amei assim
Only the passion
Out of control
Over before it began
And it was the end
Mergulhei nas incertezas do amor
Fui um louco sonhador
I was just dreaming
It was only me in love
Dói demais o silêncio
E o vazio frio dos lençóis
Dói demais quando a noite
Invade o nosso quarto
E traz no vento
O meu grito de amor!...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O certo e o errado no ensino da Língua Portuguesa


por Marcelo Spalding
Chegou aos noticiários nacionais o dilema de cada professor de língua portuguesa: diante das novas teorias linguísticas e, em especial, da sociolinguistica, como lidar com variações como “nós pega” ou “os carro” em sala de aula? Simplesmente apontar o erro seria reforçar o que tem se chamado de preconceito linguístico, mas deixar de fazê-lo poderia colocar a disciplina num limbo perigoso onde o vale-tudo acaba com a especificidade da disciplina.
O tema ganhou relevância graças à polêmica provocada pelo livro Por uma Vida Melhor, da Coleção Viver, Aprender – adotado pelo Ministério da Educação (MEC) e distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD-EJA) a 484.195 alunos de 4.236 escolas. Confira um trecho do livro, publicado pela Editora Global:
“Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar ‘os livro’?’ Claro que pode. Mas fique atento, porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico (…) Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas.”
Professores respeitados, como Claudio Moreno, foram enfáticos na defesa do ensino do português chamado padrão, reafirmando que o papel da escola é ensinar o futuro cidadão a se utilizar da língua escrita culta, “cujas potencialidades espantosas aparecem na obra de nossos grandes autores”. Para Moreno, “os lingüistas sabem que nosso idioma é muito mais amplo do que a língua escrita culta que é ensinada na escola — mas a escola sabe, mais que os lingüistas, que essa é a língua que ela deve ensinar”.
Por outro lado, lingüistas de consistente formação acadêmica, como Pedro Garcez, reiteraram que não é uma questão de certo e errado, mas de adequação: “de certa forma, todos nós brasileiros produzimos frases com falta de concordância. Isso do nosso ponto de vista não é erro, é a linguagem natural. Esse é o português brasileiro.”, afirma o professor da UFRGS.
Claro que a questão é mais profunda do que esses exemplos um tanto grosseiros pegos pela mídia, pois outras tantas construções corriqueiras são erradas do ponto de vista gramatical, mas continuam sendo repetidas por pessoas das mais variadas classes sociais e pela própria mídia. Exemplos? “Tu vai”, “duzentas gramas”, “Houveram momentos”, “Me empresta”, “Ele trouxe para mim ver”, “Assisti o show”, etc.
No fundo o que está em jogo é a entrada de novos atores sociais no dia a dia da língua portuguesa, com suas influências e estilos. O paulistano usa “então” no começo de cada frase, um vício de linguagem horrível, mas nem por isso se discrimina o paulistano ou, por outro lado, se usa isso em filmes, novelas e livros didáticos. Mesma coisa o “r” carregado dos cariocas ou o “tu vai” dos gaúchos. Essas são as variações geográficas, por isso não causam tanto furor como as variações sociais, marcas linguísticas de classes ou grupos sociais específicos. Essa variação pode ser de interpretação, léxico, sintaxe e até ortografia (como os sempre criticados “vc” ou “tb” da Era Digital).
E o professor, em sala de aula, faz o quê? Uma das formas de lidar com o problema sem encara-ló de frente tem sido concentrar o trabalho com a Língua Portuguesa em textos, evitando a normatização da gramática e da ortografia. Mas será que, afora os exageiros, não é importante que os jovens tenham um conhecimento técnico de sua língua, e não apenas intuitivo, para melhor interpretação, correção, clareza e variação na leitura e na produção textual? Não será importante, especialmente aos futuros profissionais da língua, como comunicadores, advogados, professores de todas as áreas, cientistas sociais, etc, saber onde se utiliza ou não o “a” craseado, a vírgula, a preposição antes do “que”? E não é importante que, para isso, eles saibam pelo menos o que é um sujeito, um verbo, um objeto, um adjunto adverbial? Um adjetivo, um advérbio, um substantivo, um pronome, uma preposição?
Pode parecer espantoso, mas nem sempre eles sabem. Não com facilidade. Vejamos um exemplo bem prático do meu dia a dia em sala de aula, a frase "A expansão desenfreada da cidade é uma grande ameaça para seu desenvolvimento". Para muitos, o verbo é "expansão", o que pode causar grande confusão na hora de concordar o verbo com o sujeito e faria com que muitos escrevessem essa frase com “Há” ou “À” no lugar do “A”. Adiante, poucos percebem que “seu” é um pronome que retoma “a cidade”, ainda que um esteja no masculino e o outro no feminino.
Claro que o mais importante não é a gramatiquice, é que nosso cidadão saiba expressar-se com coerência, coesão e, mais ainda, tenha postura crítica e ideias originais. Também é importante, entretanto, que não sejam sonegadas desse cidadão as regras sociais, incluindo aí o português padrão, pois ali adiante esse desconhecimento pode acabar excluindo, ou, pelo menos, subvalorizando pessoas de alta capacidade e que lutaram muito para reescrever seus destinos.
O papel da escola, enfim, é apresentar e ensinar ao aluno a variante “culta” da língua: aprender ou não, interessar-se ou não por ela, é um direito do aluno, mas se ele precisar dessa variante e não conhecê-la por omissão da escola teremos praticado, sem exagero, um crime. Dos grave.

Quatro frases que fazem o nariz do Pinóquio crescer

1- Somos todos culpados pela ruína do planeta.
A saúde do mundo está feito um caco. "Somos todos responsáveis", clamam as vozes do alarme universal, e a generalização absolve: se somos todos responsáveis, ninguém é. Como coelhos, reproduzem-se os novos tecnocratas do meio ambiente. É a maior taxa de natalidade do mundo: os experts geram experts e mais experts que se ocupam de envolver o tema com o papel celofane da ambiguidade.
Eles fabricam a brumosa linguagem das exortações ao "sacrifício de todos" nas declarações dos governos e nos solenes acordos internacionais que ninguém cumpre. Estas cataratas de palavras – inundação que ameaça se converter em uma catástrofe ecológica comparável ao buraco na camada de ozônio – não se desencadeiam gratuitamente. A linguagem oficial asfixia a realidade para outorgar impunidade à sociedade de consumo, que é imposta como modelo em nome do desenvolvimento, e às grandes empresas que tiram proveito dele. Mas, as estatísticas confessam.
Os dados ocultos sob o palavreado revelam que 20% da humanidade comete 80% das agressões contra a natureza, crime que os assassinos chamam de suicídio, e é a humanidade inteira que paga as consequências da degradação da terra, da intoxicação do ar, do envenenamento da água, do enlouquecimento do clima e da dilapidação dos recursos naturais não-renováveis. A senhora Harlem Bruntland, que encabeça o governo da Noruega, comprovou recentemente que, se os 7 bilhões de habitantes do planeta consumissem o mesmo que os países desenvolvidos do Ocidente, "faltariam 10 planetas como o nosso para satisfazerem todas as suas necessidades". Uma experiência impossível.
Mas, os governantes dos países do Sul que prometem o ingresso no Primeiro Mundo, mágico passaporte que nos fará, a todos, ricos e felizes, não deveriam ser só processados por calote. Não estão só pegando em nosso pé, não: esses governantes estão, além disso, cometendo o delito de apologia do crime. Porque este sistema de vida que se oferece como paraíso, fundado na exploração do próximo e na aniquilação da natureza, é o que está fazendo adoecer nosso corpo, está envenenando nossa alma e está deixando-nos sem mundo.
2- É verde aquilo que se pinta de verde.
Agora, os gigantes da indústria química fazem sua publicidade na cor verde, e o Banco Mundial lava sua imagem, repetindo a palavra ecologia em cada página de seus informes e tingindo de verde seus empréstimos. "Nas condições de nossos empréstimos há normas ambientais estritas", esclarece o presidente da suprema instituição bancária do mundo. Somos todos ecologistas, até que alguma medida concreta limite a liberdade de contaminação.
Quando se aprovou, no Parlamento do Uruguai, uma tímida lei de defesa do meio-ambiente, as empresas que lançam veneno no ar e poluem as águas sacaram, subitamente, da recém-comprada máscara verde e gritaram sua verdade em termos que poderiam ser resumidos assim: "os defensores da natureza são advogados da pobreza, dedicados a sabotarem o desenvolvimento econômico e a espantarem o investimento estrangeiro."
O Banco Mundial, ao contrário, é o principal promotor da riqueza, do desenvolvimento e do investimento estrangeiro. Talvez, por reunir tantas virtudes, o Banco manipulará, junto à ONU, o recém-criado Fundo para o Meio-Ambiente Mundial. Este imposto à má consciência vai dispor de pouco dinheiro, 100 vezes menos do que haviam pedido os ecologistas, para financiar projetos que não destruam a natureza. Intenção inatacável, conclusão inevitável: se esses projetos requerem um fundo especial, o Banco Mundial está admitindo, de fato, que todos os seus demais projetos fazem um fraco favor ao meio-ambiente.
O Banco se chama Mundial, da mesma forma que o Fundo Monetário se chama Internacional, mas estes irmãos gêmeos vivem, cobram e decidem em Washington. Quem paga, manda, e a numerosa tecnocracia jamais cospe no prato em que come. Sendo, como é, o principal credor do chamado Terceiro Mundo, o Banco Mundial governa nossos escravizados países que, a título de serviço da dívida, pagam a seus credores externos 250 mil dólares por minuto, e lhes impõe sua política econômica, em função do dinheiro que concede ou promete.
A divinização do mercado, que compra cada vez menos e paga cada vez pior, permite abarrotar de mágicas bugigangas as grandes cidades do sul do mundo, drogadas pela religião do consumo, enquanto os campos se esgotam, poluem-se as águas que os alimentam, e uma crosta seca cobre os desertos que antes foram bosques.
3- Entre o capital e o trabalho, a ecologia é neutra.
Poder-se-á dizer qualquer coisa de Al Capone, mas ele era um cavalheiro: o bondoso Al sempre enviava flores aos velórios de suas vítimas… As empresas gigantes da indústria química, petroleira e automobilística pagaram boa parte dos gastos da Eco-92: a conferência internacional que se ocupou, no Rio de Janeiro, da agonia do planeta. E essa conferência, chamada de Reunião de Cúpula da Terra, não condenou as transnacionais que produzem contaminação e vivem dela, e nem sequer pronunciou uma palavra contra a ilimitada liberdade de comércio que torna possível a venda de veneno.
No grande baile de máscaras do fim do milênio, até a indústria química se veste de verde. A angústia ecológica perturba o sono dos maiores laboratórios do mundo que, para ajudarem a natureza, estão inventando novos cultivos biotecnológicos. Mas, esses desvelos científicos não se propõem encontrar plantas mais resistentes às pragas sem ajuda química, mas sim buscam novas plantas capazes de resistir aos praguicidas e herbicidas que esses mesmos laboratórios produzem. Das 10 maiores empresas do mundo produtoras de sementes, seis fabricam pesticidas (Sandoz-Ciba-Geigy, Dekalb, Pfizer, Upjohn, Shell, ICI). A indústria química não tem tendências masoquistas.
A recuperação do planeta ou daquilo que nos sobre dele implica na denúncia da impunidade do dinheiro e da liberdade humana. A ecologia neutra, que mais se parece com a jardinagem, torna-se cúmplice da injustiça de um mundo, onde a comida sadia, a água limpa, o ar puro e o silêncio não são direitos de todos, mas sim privilégios dos poucos que podem pagar por eles. Chico Mendes, trabalhador da borracha, tombou assassinado em fins de 1988, na Amazônia brasileira, por acreditar no que acreditava: que a militância ecológica não pode divorciar-se da luta social. Chico acreditava que a floresta amazônica não será salva enquanto não se fizer uma reforma agrária no Brasil.
Cinco anos depois do crime, os bispos brasileiros denunciaram que mais de 100 trabalhadores rurais morrem assassinados, a cada ano, na luta pela terra, e calcularam que quatro milhões de camponeses sem trabalho vão às cidades deixando as plantações do interior. Adaptando as cifras de cada país, a declaração dos bispos retrata toda a América Latina. As grandes cidades latino-americanas, inchadas até arrebentarem pela incessante invasão de exilados do campo, são uma catástrofe ecológica: uma catástrofe que não se pode entender nem alterar dentro dos limites da ecologia, surda ante o clamor social e cega ante o compromisso político.
4- A natureza está fora de nós.
Em seus 10 mandamentos, Deus esqueceu-se de mencionar a natureza. Entre as ordens que nos enviou do Monte Sinai, o Senhor poderia ter acrescentado, por exemplo: "Honrarás a natureza, da qual tu és parte." Mas, isso não lhe ocorreu. Há cinco séculos, quando a América foi aprisionada pelo mercado mundial, a civilização invasora confundiu ecologia com idolatria. A comunhão com a natureza era pecado. E merecia castigo.
Segundo as crônicas da Conquista, os índios nômades que usavam cascas para se vestirem jamais esfolavam o tronco inteiro, para não aniquilarem a árvore, e os índios sedentários plantavam cultivos diversos e com períodos de descanso, para não cansarem a terra. A civilização, que vinha impor os devastadores monocultivos de exportação, não podia entender as culturas integradas à natureza, e as confundiu com a vocação demoníaca ou com a ignorância. Para a civilização que diz ser ocidental e cristã, a natureza era uma besta feroz que tinha que ser domada e castigada para que funcionasse como uma máquina, posta a nosso serviço desde sempre e para sempre. A natureza, que era eterna, nos devia escravidão.
Muito recentemente, inteiramo-nos de que a natureza se cansa, como nós, seus filhos, e sabemos que, tal como nós, pode morrer assassinada. Já não se fala de submeter a natureza. Agora, até os seus verdugos dizem que é necessário protegê-la. Mas, num ou noutro caso, natureza submetida e natureza protegida, ela está fora de nós. A civilização, que confunde os relógios com o tempo, o crescimento com o desenvolvimento, e o grandalhão com a grandeza, também confunde a natureza com a paisagem, enquanto o mundo, labirinto sem centro, dedica-se a romper seu próprio céu.

sábado, 21 de maio de 2011

Apelo por ajuda urgente


Meus caros leitores e minhas caras leitoras, minha saudação salesiana!
Conversando com minha amiga Olga Regina Hanauer ela me falou de um caso que não sei se vocês estão sabendo. Confesso que eu não sabia. É o caso das meninas gêmeas de Viamão que nasceram sem o globo ocular. Os médicos ainda não chegaram a um acordo sobre os motivos dessas duas crianças (Emilly e Evelly) terem nascidas assim. A questão urgente agora é que a família precisa de ajuda, pois as crianças carecem de alimentação especial e precisam de próteses oculares que serão trocadas a cada dois ou três meses. Cada par custa 600 reais. Vocês devem imaginar a angústia e o drama que a família está vivendo, pois não usufruem de condições financeiras favoráveis.
O apelo desta coluna é por uma corrente de solidariedade em prol dessas crianças a fim de ajudarmos a garantir os R$ 600 a cada 2 meses. O apelo também é aos nossos governos para que viabilizem a assistência que lhes cabem fazer.
 A sra.. Olga Regina, o Sr.Giovani e eu estamos nos unindo a essa causa e contamos e até imploramos que vocês se unam a nós. É impossível ficarmos indiferentes diante dessa situação.
Enquanto eu terminava esse texto efetuei uma ligação para o Giovani, do Bazar Millenium da Santa Isabel, e ele sugeriu uma visita até a família das duas meninas. Vamos marcar a visita e a partir desta teremos mais dados aos nossos leitores e leitoras. Uma informação que ele conseguiu me passar é a de que nesta próxima terça, dia 17 de maio, as meninas têm consulta médica marcada e com isso um próximo parecer médico a qual trataremos aqui posteriormente.

* Regina e eu ficamos de marcar uma visita junto com Giovany.


Veja mais detalhes em vídeo clicando no link abaixo:




Números para contatos e-mail’s:

Dilvano: (51) 8420-2431. E-mail: dilvano_wb@hotmail.com  

Olga Regina: (51) 9718-9913. E-mail: regina.hanauer@hotmail.com

Giovany, no Bazar Milennium em frente a praça da Santa Isabel


Minha antecipada gratidão, meu abraço e minha prece!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A palavra corajosa de uma professora no RN

Pessoal: Vocês não podem deixar de assistir o depoimento, desabafo corajoso, dessa professora, dessa profeta do RN. Pasmem a firmeza e a mansidão dessa admirável mulher. Está nesse link do youtube: 


Clique acima e assista.

Postem seus comentários neste blog.

Com a licença dos meus leitores e das minhas leitoras...

Pessoas: este blog já atingiu mais de 1300 visitas. Agradeço muito à vocês. Sabem que aqui eu coloco (posto) textos meus com minhas reflexões, opiniões e com minhas polêmicas também. Por outras vezes reproduzo aqui textos que acho inteligentes ou que de alguma outra forma  nos fazem pensar, rir , rezar ou chorar. Este espaço é usado também para registro de algumas atividades minhas. Resumindo: é um espaço de várias partilhas.

Tendo dito isso, peço a licença de todos vocês para reproduzir abaixo um texto que foi publicado em 28 de março deste ano (2011) na Folha de São Paulo. É, parece piada, mas não é. Incrível o que acontece nesse país.
Sem mais delongas, confiram abaixo, na íntegra, o texto e postem seus comentários, por favor!

Obrigado ao colega Ir. Mardochée, OSFS,  pelo envio deste texto.

Abraços!


Vou abrir minha igreja e já volto!!! - Folha de São Paulo

Mensagem por Fabio B. em Seg 28 Mar 2011 - 14:18
Isso é que é farra!...... ainda dizem que estão salvos!......Realmente são umas benção!....

Vou abrir minha igreja e já volto!!! - Folha de São Paulo 

O primeiro milagre do heliocentrismo 

Eu, Claudio Angelo, editor de Ciência da Folha, e Rafael Garcia, repórter do jornal, decidimos abrir uma igreja. 
Com o auxílio técnico do departamento Jurídico da Folha e do escritório Rodrigues Barbosa, Mac Dowell de Figueiredo Gasparian Advogados, fizemo-lo. Precisamos apenas de R$ 418,42 em taxas e emolumentos e de cinco dias úteis (não consecutivos) . É tudo muito simples. 
Não existem requisitos teológicos ou doutrinários para criar um culto religioso. Tampouco se exige número mínimo de fiéis. 
Com o registro da Igreja Heliocêntrica do Sagrado Evangélio e seu CNPJ, pudemos abrir uma conta bancária na qual realizamos aplicações financeiras isentas de IR e IOF. Mas esses não são os únicos benefícios fiscais da empreitada. Nos termos do artigo 150 da Constituição, templos de qualquer culto são imunes a todos os impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda ou os serviços relacionados com suas finalidades essenciais, as quais são definidas pelos próprios criadores. Ou seja, se levássemos a coisa adiante, poderíamos nos livrar de IPVA, IPTU, ISS, ITR e vários outros "Is" de bens colocados em nome da igreja. 
Há também vantagens extratributárias. Os templos são livres para se organizarem como bem entenderem, o que inclui escolher seus sacerdotes. Uma vez ungidos, eles adquirem privilégios como a isenção do serviço militar obrigatório (já sagrei meus filhos Ian e David ministros religiosos) e direito a prisão especial. 


LISTA DE IGREJAS ABERTAS NO BRASIL EM 2010 (até setembro)

- Igreja da Água Abençoada 
- Igreja Adventista da Sétima Reforma Divina 
- Igreja da Bênção Mundial Fogo de Poder 
- Congregação Anti-Blasfêmias 
- Igreja Chave do Éden 
- Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta (QUE MERDA É ESSA?) 
- Igreja Batista Incêndio de Bênçãos 
- Igreja Batista Ô Glória! 
- Congregação Pass o para o Futuro 
- Igreja Explosão da Fé 
- Igreja Pedra Viva 
- Comunidade do Coração Reciclado 
- Igreja Evangélica Missão Celestial Pentecostal 
- Cruzada de Emoções 
- Igreja C.R.B. (Cortina Repleta de Bênçãos) 
- Congregação Plena Paz Amando a Todos 
- Igreja A Fé de Gideão 
- Igreja Aceita a Jesus 
- Igreja Pentecostal Jesus Nasceu em Belém (do Pará?????) 
- Igreja Evangélica Pentecostal Labareda de Fogo 
- Congregação J. A. T. (Jesus Ama a Todos) 
- Igreja Evangélica Pentecostal a Última Embarcação Para Cristo (quem perder vai ficar!!!) 
- Igreja Pentecostal Uma Porta para a Salvação 
- Comunidade Arqueiros de Cristo 
- Igreja Automotiva do Fogo Sagrado (ESSE DEVIA TER ABERTO UMA CONCESSIONÁRIA) 
- Igreja Batista A Paz do Senhor e Anti-Globo 
- Assembléia de Deus do Pai, do Filho e do Espírito Santo 
- Igreja Palma da Mão de Cristo 
- Igreja Menina dos Olhos de Deus 
- Igreja Pentecostal Vale de Bênçãos 
- Associação Evangélica Fiel Até Debaixo DÁgua (em são paulo no meio das enchentes)
- Igreja Batista Ponte para o Céu 
- Igreja Pentecostal do Fogo Azul 
- Comunidade Evangélica Shalom Adonai, Cristo! 
- Igreja da Cruz Erguida para o Bem das Almas 
- Cruzada Evangélica do Pastor Waldevino Coelho, a Sumidade (Suma-se!!!!!!!!)
- Igreja Filho do Varão (Opa!!! Se puxar o pai vai se dar bem!!!!) 
- Igreja da Oração Eficiente 
- Igreja da Pomba Branca 
- Igreja Socorista Evangélica (essa é do Café, do Beiçudo, dos bombeiros de Tibagi)
- Igreja A de Amor (NESSA SÓ DEVE TER ADORADORES DA XUXA) 
- Cruzada do Poder Pleno e Misteri oso 
- Igreja do Amor Maior que Outra Força 
- Igreja Dekanthalabassi (QUE PORRA DE LÍNGUA É ESSA GENTE FALA????) 
- Igreja dos Bons Artifícios 
- Igreja Cristo é Show (Padre Marcelo gosta dessa também)
- Igreja dos Habitantes de Dabir 
- Igreja Eu Sou a Porta 
- Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo 
- Igreja da Bênção Mundial 
- Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse 
- Igreja Barco da Salvação 
- Igreja Pentecostal do Pastor Sassá 
- Igreja Sinais e Prodígios 
- Igreja de Deus da Profecia no Brasil e América do Sul 
- Igreja do Manto Branco 
- Igreja Caverna de Adulão 
- Igreja Este Brasil é Adventista 
- Igreja E..T.Q.B (Eu Também Quero a Bênção) (????????) 
- Igreja Evangélica Florzinha de Jesus (QUE DEUS ME PERDOE, MAS ISSO FICOU TÃO GAY) 
- Igreja Cenáculo de Oração Jesus Está Voltando 
- Ministério Eis-me Aqui 
- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia 
- Igreja Evangélica A Última Trombeta Soará 
- Igreja de Deus Assembléia dos Anciãos 
- Igreja Evangélica Facho de Luz 
- Igreja Batista Renovada Lugar Forte 
- Igreja Atual dos Últimos Dias 
- Igreja Jesus Está Voltando, Prepara-te 
- Ministério Apascenta as Minhas Ovelhas 
- Igreja Evangélica Bola de Neve 
- Igreja Evangélica Adão é o Homem (ALGUÉM TINHA ALGUMA DÚVIDA QUANTO A ISSO???????? ?) 
- Igreja Evangélica Batista Barranco Sagrado 
- Ministério Maravilhas de Deus 
- Igreja Evangélica Fonte de Milagres 
- Comunidade Porta das O velhas 
- Igreja Pentecostal Jesus Vem, Você Fica (QUE EGOÍSTA) 
- Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo (O CARA QUE INVENTOU ESSE NOME ESTAVA CHEIRADO)
- Igreja Evangélica Luz no Escuro 
- Igreja Evangélica O Senhor Vem no Fim (NÃO DÁ PRA CHEGAR UM POUCO MAIS CEDO) 
- Igreja Pentecostal Planeta Cristo 
- Igreja Evangélica dos Hinos Maravilhosos (???)
- Igreja Evangélica Pentecostal da Bênção Ininterrupta 
- Assembléia de Deus Batista A Cobrinha de Moisés(COITADO DO MOISÉS TROCARAM O PAUZINHO DELE POR UMA COBRINHA rsrsrsrs) 
- Assembléia de Deus Fonte Santa em Biscoitão (SENHOR ISSO É HERESIA) 
- Igreija Evangélica Muçulmana Javé é Pai (PÔ, ESSE AQUI NÃO TEM NEM NOÇÃO DE RELIGIÃO rsrsrsrs. 
- Igreja Abre-te-Sésamo (AHHHH, ESSA SIM, TA NO ESQUEMA DE ALI BABA SÓ NÃO INFORMARAM COM QUANTOS LADRÕES.) 
- Igreja Assembléia de Deus Adventista Romaria do Povo de Deus 
- Igreja Bailarinas da Valsa Divina (SERÁ QUE ESSA É MEIO CLUBE DA LULUZINHA??? OU SERÁ QUE HOMENS TB PODEM PARTICIPAR?) 
- Igreja Batista Floresta Encantada (FICA NA DISNEY ISSO????) 
- Igreja da Bênção Mundial Pegando Fogo do Poder 
- Igreja do Louvre 
- Igreja ETQB, Eu Também Quero a Bênção 
- Igreja Evangélica Batalha dos Deuses (PENSEI QUE EVANGÉLICOS FOSSEM MONOTEÍSTAS) 
- Igreja Evangélica do Pastor Paulo Andrade, O Homem que Vive sem Pecados (é o Cristo em pessoa!!) 
- Igreja Evangélica Idolatria ao Deus Maior 
- Igreja MTV, Manto da Ternura em Vida 
- Igreja Pentecostal Marilyn Monroe (???????) (ESSE DEVE TER PREMONIÇÕES HOLLYWOODIANAS) 
- Igreja Quadrangular O Mundo É Redondo (ISSO É SACANAGEM) 
- Igreja Pentecostal Trombeta de Deus (Samambaia -DF) 
- Igreja Pentecostal Alarido de Deus (Anápolis -GO) 
- Igreja pentecostal Esconderijo do Altíssimo (Anápolis -GO) COITADO DO ALTÍSSIMO,VIROU FUGITIVO 
- Igreja Batista Coluna de Fogo (Belo Horizonte -MG) 
- Igreja de Deus que se Reúne nas Casas (Itaúna -MG) 
- Igreja Evangélica Pentecostal a Volta do Grande Rei(Poços de Caldas-MG) 
- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia (Uberlândia -MG) 
- Igreja Evangélica a Última Trombeta Soará (Contagem -MG) 
- Igreja Evangélica Pentecostal Sinal da Volta de Cristo (Três Lagoas -MS) 
- Igreja Evangélica Assembléia dos Primogênitos (João Pessoa -PB) 
- Ministério Favos de Mel (Rio de Janeiro -RJ) 
- Assembléia de Deus com Doutrinas e sem Costumes (Rio de Janeiro -RJ) 


(Aqui fica provado que é mais fácil abrir uma igreja do que um boteco....kkkk)


Tá bagunçado ou não tá???

A natureza não é muda


Eduardo Galeano
Brecha (semanário uruguaio)
O Equador está discutindo uma nova Constituição. Entre as propostas, abre-se a possibilidade de reconhecer, pela primeira vez na história, os direitos da natureza. Parece loucura querer que a natureza tenha direitos. Em compensação, parece normal que as grandes empresas dos EUA desfrutem de direitos humanos, conforme foi aprovado pela Suprema Corte, em 1886.
O mundo pinta naturezas mortas, sucumbem os bosques naturais, derretem os pólos, o ar torna-se irrespirável e a água imprestável, plastificam-se as flores e a comida, e o céu e a terra ficam completamente loucos.
E, enquanto tudo isto acontece, um país latino-americano, o Equador, está discutindo uma nova Constituição. E nessa Constituição abre-se a possibilidade de reconhecer, pela primeira vez na história universal, os direitos da natureza.
A natureza tem muito a dizer, e já vai sendo hora de que nós, seus filhos, paremos de nos fingir de surdos. E talvez até Deus escute o chamado que soa saindo deste país andino, e acrescente o décimo primeiro mandamento, que ele esqueceu nas instruções que nos deu lá do monte Sinai: "Amarás a natureza, da qual fazes parte".
Um objeto que quer ser sujeito
Durante milhares de anos, quase todo o mundo teve direito de não ter direitos.

Nos fatos, não são poucos os que continuam sem direitos, mas pelo menos se reconhece, agora, o direito a tê-los; e isso é bastante mais do que um gesto de caridade dos senhores do mundo para consolo dos seus servos.

E a natureza? De certo modo, pode-se dizer que os direitos humanos abrangem a natureza, porque ela não é um cartão postal para ser olhado desde fora; mas bem sabe a natureza que até as melhores leis humanas tratam-na como objeto de propriedade, e nunca como sujeito de direito.

Reduzida a uma mera fonte de recursos naturais e bons negócios, ela pode ser legalmente maltratada, e até exterminada, sem que suas queixas sejam escutadas e sem que as normas jurídicas impeçam a impunidade dos criminosos. No máximo, no melhor dos casos, são as vítimas humanas que podem exigir uma indenização mais ou menos simbólica, e isso sempre depois que o mal já foi feito, mas as leis não evitam nem detêm os atentados contra a terra, a água ou o ar.

Parece estranho, não é? Isto de que a natureza tenha direitos... Uma loucura. Como se a natureza fosse pessoa! Em compensação, parece muito normal que as grandes empresas dos Estados Unidos desfrutem de direitos humanos. Em 1886, a Suprema Corte dos Estados Unidos, modelo da justiça universal, estendeu os direitos humanos às corporações privadas. A lei reconheceu para elas os mesmos direitos das pessoas: direito à vida, à livre expressão, à privacidade e a todo o resto, como se as empresas respirassem. Mais de 120 anos já se passaram e assim continua sendo. Ninguém fica estranhado com isso.

Gritos e sussurros
Nada há de estranho, nem de anormal, o projeto que quer incorporar os direitos da natureza à nova Constituição do Equador.

Este país sofreu numerosas devastações ao longo da sua história. Para citar apenas um exemplo, durante mais de um quarto de século, até 1992, a empresa petroleira Texaco vomitou impunemente 18 bilhões de galões de veneno sobre terras, rios e pessoas. Uma vez cumprida esta obra de beneficência na Amazônia equatoriana, a empresa nascida no Texas celebrou seu casamento com a Standard Oil. Nessa época, a Standard Oil, de Rockefeller, havia passado a se chamar Chevron e era dirigida por Condoleezza Rice. Depois, um oleoduto transportou Condoleezza até a Casa Branca, enquanto a família Chevron-Texaco continuava contaminando o mundo.

Mas as feridas abertas no corpo do Equador pela Texaco e outras empresas não são a única fonte de inspiração desta grande novidade jurídica que se tenta levar adiante. Além disso, e não é o menos importante, a reivindicação da natureza faz parte de um processo de recuperação das mais antigas tradições do Equador e de toda a América. Visa a que o Estado reconheça e garanta o direito de manter e regenerar os ciclos vitais naturais, e não é por acaso que a Assembléia Constituinte começou por identificar seus objetivos de renascimento nacional com o ideal de vida do sumak kausai. Isso significa, em língua quechua, vida harmoniosa: harmonia entre nós e harmonia com a natureza, que nos gera, nos alimenta e nos abriga e que tem vida própria, e valores próprios, para além de nós.

Essas tradições continuam miraculosamente vivas, apesar da pesada herança do racismo, que no Equador, como em toda a América, continua mutilando a realidade e a memória. E não são patrimônio apenas da sua numerosa população indígena, que soube perpetuá-las ao longo de cinco séculos de proibição e desprezo. Pertencem a todo o país, e ao mundo inteiro, estas vozes do passado que ajudam a adivinhar outro futuro possível.

Desde que a espada e a cruz desembarcaram em terras americanas, a conquista européia castigou a adoração da natureza, que era pecado de idolatria, com penas de açoite, forca ou fogo. A comunhão entre a natureza e o povo, costume pagão, foi abolida em nome de Deus e depois em nome da civilização. Em toda a América, e no mundo, continuamos pagando as conseqüências desse divorcio obrigatório.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Palestra com Frei Luís Carlos Susin




Nesta segunda-feira, 16 de maio de 2011, tivemos aqui em casa uma tarde de reflexão que teve por base o tema da Campanha da Fraternidade 2011, “Fraternidade e a vida no planeta”. O assessor por nós convidado foi o Frei Capuchinho Luís Carlos Susin, professor de Teologia na ESTEF e  Filosofia na PUCRS.
Além de nós oblatos foram convidadas as religiosas que fazem parte de nossa paróquia Santa Isabel, mas só compareceram as Irmãs Carlistas e Ir. Teresinha da Congregação de São José que está morando na Rede de Comunidades Santra Cruz (Vila Cecília). O convite foi aberto também para as demais lideranças das pastorais da paróquia e outras pessoas amigas.
Após a acolhida feita pelo oblato Dilvano que também apresentou o Frei Susin aos presentes, o oblato Honoré explicou rapidamente o objetivo do encontro. O Hino da CF 2011 foi cantado por todos e após a palavra foi então passada a Susin que não ficou restrito ao Manual da CF 2011, mas aprofundou as questões relacionadas ao nosso Planeta Terra. Entre outras coisas, Susin tratou das crises que estão ocorrendo: Crise financeira, crise da civilização, crise dos ideais de felicidade, crise alimentar e crise de nossos modos de viver. Criticou o modelo de riqueza defendido pelo mundo do mercado e do autoritarismo do sistema econômico. “Autoritarismo, seja em que setor for, é sintoma de crise”, foi uma das frases de nosso assessor.
Após uma reflexão em torno dos contextos políticos e econômicos Susin então aprofundou o tema da crise ecológica. Ao final de sua exposição apresentou “três oportunidades” ou “três aspectos de um novo modelo”:
    
1) Um novo modelo de riqueza: Economia do dom. Do doar-se. A riqueza das relações. 
2) Novo modelo de poder: Poder, diz Susin, é a capacidade de ação em conjunto. Nos indicou também que devemos apostar na potencialidade que “é sempre criativa”.
 3) Espiritualidade: Aqui, Susin defendeu um novo modelo de conviver das tradições religiosas. Nos indicou o caminho do  diálogo e do respeito para com as religiões.
Depois da palestra aconteceu a celebração da Eucaristia em nossa capela.  Na homilia Frei Susin  refletiu sobre o evangelho do dia: “Jesus é a porta e com ele podemos nos sentir livres, ele não agride as ovelhas, é uma relação de liberdade” , foi uma das frases marcantes.
Depois da missa tivemos a janta onde ocorreu a seqüência de nossa confraternização.

ABAIXO VÁRIAS FOTOS DESSA DATA






























terça-feira, 17 de maio de 2011

Os riscos da arrogância do Império

Por Leonardo Boff, em seu blog.

Conto-me entre os que se entusiasmaram com a eleição de Barack Obama para Presidente dos EUA, especialmente vindo depois de George Bush Jr., Presidente belicoso, fundamentalista e de pouquíssimas luzes. Este acreditava na iminência do Armagedon bíblico e seguia à risca a ideologia do Destino Manifesto, um texto inventado pela vontade imperial norte-americana, para justificar a guerra contra o México, segundo o qual os EUA seriam o novo povo escolhido por Deus para levar ao mundo os direitos humanos, a liberdade e a democracia. Esta excepcionalidade se traduziu numa histórica arrogância que fazia os EUA se arrogarem o direito de levarem ao mudo inteiro, pela política ou pelas armas, o seu estilo de vida e sua visão de mundo.
Esperava que o novo Presidente não fosse mais refém desta nefasta e forjada eleição divina, pois anunciava em seu programa o multilateralismo e a não hegemonia. Mas tinha lá minhas desconfianças, pois atrás do Yes, we can (“sim, nós podemos”) podia se esconder a velha arrogância. Face à crise econômico-financeira apregoava que os EUA mostraram em sua história que podiam tudo e que iam superar a atual situação. Agora por ocasião do assassinato de Osama bin Laden ordenada por ele (num Estado de direito que separa os poderes, tem o Executivo o poder de mandar matar ou não cabe isso ao Judiciário que manda prender, julgar e punir?) caiu a máscara. Não teve como esconder a arrogância atávica.
O Presidente, de extração humilde, afrodescendente, nascido fora do Continente, primeiramente muçulmano e depois convertido evangélico, disse claramente: “O que aconteceu domingo envia uma mensagem a todo o mundo: quando dizemos que nunca vamos esquecer, estamos falando sério”. Em outras palavras: “Terroristas do mundo inteiro, nós vamos assassinar vocês”. Aqui está revelada, sem meias palavras, toda a arrogância e a atitude imperial de se sobrepor a toda ética.
Isso me faz lembrar uma frase de um teólogo que serviu por 12 anos como assessor da ex-Inquisição em Roma e que veio me prestar solidariedade por ocasião do processo doutrinário que lá sofri. Confessou-me: ”Aprenda da minha experiência: a ex-Inquisição, não esquece nada, não perdoa nada e cobra tudo; prepare-se”. Efetivamente assim foi o que senti. Pior ocorreu com um teólogo moralista, queridíssimo em toda a cristandade, o alemão, Bernhard Hâring, com câncer na garganta a ponto de quase não poder falar. Mesmo assim foi submetido a rigoroso interrogatório na sala escura daquela instância de terror psicológico por causa de algumas afirmações sobre sexualidade. Ao sair confessou: “o interrogatório foi pior do que aquele que sofri com a SS nazista durante a guerra”. O que significa: pouco importa a etiqueta, católico ou nazista, todo sistema autoritário e totalitário obedece à mesma lógica: cobra tudo, não esquece e não perdoa. Assim prometeu Barack Osama e se propõe levar avante o Estado terrorista, criado pelo seu antecessor, mantendo o Ato Patriótico que autoriza a suspensão de certos direitos e a prisão preventiva de suspeitos sem sequer avisar aos familiares, o que configura sequestro. Não sem razão escreveu Johan Galtung, norueguês, o homem da cultura da paz, criador de duas instituições de pesquisa da paz e inventor do método Transcend na mediação dos conflitos (uma espécie de política do ganha-ganha): tais atos aproximam os EUA ao Estado fascista.
O fato é que estamos diante de um Império. Ele é consequência lógica e necessária do presumido excepcionalismo. É um império singular, não baseado na ocupação territorial ou em colônias, mas nas 800 bases militares distribuídas pelo mundo todo, a maioria desnecessária para a segurança americana. Elas estão lá para meter medo e garantir a hegemonia no mundo. Nada disso foi desmontado pelo novo Imperador, nem fechou Guantánamo como prometeu e ainda mais, enviou outros trinta mil soldados ao Afeganistão para uma guerra de antemão perdida.
Podemos discordar da tese básica de Abraham P. Huntington em seu discutido livro O choque de civilizações. Mas nele há observações, dignas de nota, como esta: “a crença na superioridade da cultura ocidental é falsa, imoral e perigosa” (p.395). Mais ainda: “a intervenção ocidental provavelmente constitui a mais perigosa fonte de instabilidade e de um possível conflito global num mundo multicivilizacional” (p.397). Pois as condições para semelhante tragédia estão sendo criadas pelos EUA e pelos seus súcubos europeus.
Uma coisa é o povo norte-americano, bom, engenhoso, trabalhador e até ingênuo que admiramos, outra é o Governo imperial, que não respeita tratados internacionais que vão contra seus interesses e capaz de todo tipo de violência. Mas não há impérios eternos. Chegará o momento em que ele será um número a mais no cemitério dos impérios mortos.